OPINIÃO – Momento do Brusque exige avanços na estrutura do clube
Editorial: Bruscão eeeoooo
A semana foi de muita alegria e orgulho na conquista do Campeonato Catarinense pelo Bruscão. A notícia foi destaque e repercutiu nos veículos de comunicação do estado e do país, além é claro, da ampla repercussão por aqui.
E não foi só o Brusque que venceu, nossas meninas do vôlei também deram um show, vencendo a semifinal fora de casa na semana passada e garantindo assim o acesso à elite do vôlei nacional.
Em ambos os casos o sucesso não se deu da noite para o dia. Foi fruto de muito trabalho e dedicação não só dos atletas e técnicos, mas de toda uma estrutura que foi se moldando no entorno destes times, dando sustentação e condições para se desenvolverem.
No caso do futebol, estamos acompanhando a escalada do time que em 2015 foi da Série B do Catarinense para a Série A, permanecendo nela até a consagração de campeão no último sábado.
O time também disputou a Série D em 2016, depois de estar fora das competições nacionais por cinco anos. Em 2019, sobe à Série C, e ainda é campeão da quarta divisão nacional vencendo o Manaus nos pênaltis.
Aqui nasceu o futebol catarinense e é aqui o ninho do marreco, que tem espaço para chocar muitos títulos ainda
Em 2020, o Brusque conquistou novo acesso, crescendo de forma decisiva após um momento de crise. Ficou em segundo lugar do seu grupo e em quarto no geral, conseguindo subir à Série B. Lá se manteve, com uma boa campanha em 2021, e se prepara para estrear hoje contra o Guarani.
O Brusque vem numa crescente, formando uma onda de bons resultados e grande visibilidade. Vem conquistando títulos, ganhando o respeito dos adversários e a admiração da torcida. Mas, para que continuemos assim, não podemos tirar o foco e fazer algumas lições de casa.
A direção do clube ganhou musculatura, com novos membros profissionais e engajados, que trouxeram uma visão mais estratégica e organizada, que junto à experiência do presidente e membros veteranos, foi a combinação perfeita para esta nova fase.
Os patrocinadores também foram vitais para reforçar o caixa e dar fôlego ao time, bem como o apoio da torcida. Até a atual gestão da federação ajudou, permitindo um campeonato sem escândalos e beneficiamento deste ou daquele time. Tanto é que não foram os times das grandes cidades que foram para a final.
Mas algumas lições de casa ainda precisam ser feitas. Não é possível que depois de 35 anos vamos jogar no mesmo campo, com a mesma arquibancada, com as mesmas limitações de décadas atrás.
O time não cabe mais na estrutura do Augusto Bauer, e para resolver a questão dois caminhos vêm sendo discutidos: a compra do terreno do Sesi, na Antônio Heil, que aguarda uma data para o leilão, ou a reestruturação do Augusto Bauer. Esta última é uma ideia de um patrocinador, que propõe uma concessão aos sócios do Carlos Renaux, para transformar o estádio numa “Bombonera” brusquense.
O Brusque também precisa de um plano de sócio-torcedor (que aguarda a definição do estádio para jogar a Série B). Uma adesão maciça e esta iniciativa daria uma força orgânica e genuína ao clube. Quanto mais esta base crescer, mais firmes podem ser os passos do clube, diminuindo a dependência de patrocinadores.
Com estas ações podemos permitir que esta boa onda do Brusque vá mais longe, e que possamos surfar com alegria por muitos anos ainda, afinal foi aqui que nasceu o futebol catarinense e é aqui o ninho do marreco, que tem espaço para chocar muitos títulos ainda.
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