Oposição articula chapa para eleição da mesa-diretora da Câmara de Brusque
Presidente interino Keka pode aparecer como candidato ao comando do Legislativo
Os vereadores de Brusque voltam às atividades no dia 3 de fevereiro e, já no dia seguinte, ocorre a primeira sessão ordinária do ano. Na pauta, a polêmica eleição para a mesa-diretora da Câmara, que terminou o ano com os pedidos de renúncia do presidente e vice, José Zancanaro (PSB) e Ivan Martins (PSD).
Em que pese o governo ter já definido as suas candidaturas para o comando do Legislativo, a oposição, por sua vez, já articula nos bastidores uma chapa para concorrer aos quatro cargos da mesa-diretora, e ela pode ser encabeçada pela presidente interino Gerson Luís Morelli, o Keka (PSB), até então na situação.
O objetivo seria disputar a liderança da Casa contra o bloco governista, que tem Ivan Martins (PSD) como candidato. O agora ex-presidente José Zancanaro (PSB) confirmou em dezembro ao O Município que a renúncia foi um acordo para que Keka convocasse a eleição na mesma sessão, elegendo Martins, mas que o presidente interino teria dado um golpe.
O líder do PSDB, vereador Sebastião Lima, conta que as conversas na oposição começaram no ano passado quando se discutia a possibilidade de uma sessão extraordinária para tratar da eleição. O grupo de situação chegou a entrar com requerimento solicitando a convocação para sábado, 21 de dezembro.
A chapa de oposição seria encabeçada pelo próprio Lima, que teria Marcos Deichmann (Patri) como vice, Ana Helena Boos (PP) de primeira secretária e Claudemir Duarte (PT), o Tuta, como segunda secretário. A chapa, porém, pode ter mudança.
“O Keka veio para o nosso grupo no final do ano passado, então ficou tudo em aberto. Eu não teria essa vaidade de exigir ser o candidato a presidente, já abri mão disso no primeiro ano”, diz Lima, abrindo a possibilidade do presidente interino encabeçar a chapa.
Ele afirma, porém, que isso será discutido a partir deste mês. Provavelmente nesta próxima semana os vereadores de oposição devem começar a se reunir sobre o assunto.
Procurado pela reportagem, Keka afirmou que quer sim ser candidato a presidente da Câmara para o último ano do mandato, mas diz que não está conversando sobre isso no momento.
“Depois que terminou o ano eu me afastei para descansar. Foi muita incomodação”, conta. Ele ainda quer tirar mais alguns dias de descanso antes de sentar com o grupo oposicionista sobre a eleição.
Voto definido
Um dos mais incisivos vereadores de oposição ao governo, Paulo Sestrem (Patri) garante que não vota no candidato de situação, independentemente de quem venha a ser.
O mais provável é que ele apoie também a chapa que está sendo formada pela oposição. De acordo com o parlamentar, a princípio, ele não tem pretensão de colocar seu nome à disposição para a votação, mas faz questão de dizer que não há nada fechado e que não houve conversa ainda esse ano sobre o assunto.
Sestrem elogiou a postura de Keka em não ter cumprido o acordo com a situação e ter deixado a eleição da mesa-diretora para fevereiro. “Muito pertinente a avaliação dele em evitar que a Câmara vire puxadinho do Executivo. Conseguimos isso nos dois primeiros ano de mandato.”
A eleição
Os vereadores irão à tribuna informar nome dos candidatos à presidência, vice e secretários nos quais votam. Eles serão chamados pela ordem de seus nomes no livro de presença. É eleito o candidato que alcançar maioria absoluta (oito votos). Caso isso não ocorra em algum cargo, será feita uma segunda votação onde será eleito o candidato que tiver maioria simples dos votos.