Orçamento para construção das alças no trevo da Antônio Heil é superior a R$ 80 milhões

“Acredito que voltamos à estaca zero”, diz prefeito Ari Vequi sobre obras no trevo

Orçamento para construção das alças no trevo da Antônio Heil é superior a R$ 80 milhões

“Acredito que voltamos à estaca zero”, diz prefeito Ari Vequi sobre obras no trevo

O orçamento para a construção de quatro alças no trevo da rodovia Antônio Heil (SC-486) com a BR-101 é superior a R$ 80 milhões, mais que o dobro do valor da licitação feita ainda na gestão do ex-governador Carlos Moisés. Anteriormente, a obra estava prevista em R$ 35 milhões.

Estava marcada para acontecer na quarta-feira, 16, uma audiência pública na Câmara de Vereadores de Brusque para tratar do assunto. O secretário de estado de Infraestrutura, Jerry Comper, estaria presente, mas a audiência foi desmarcada.

O prefeito de Brusque, Ari Vequi (MDB), avalia que o governo do estado não tem recursos próprios para executar a obra e afirma que o governador Jorginho Mello (PL) terá que achar alguma maneira de encontrar valores para obras.

“Acredito que voltamos à estaca zero. Agora temos um valor real. Se em Brusque temos uma alça construída por R$ 23 milhões, quatro alças dá R$ 80 milhões. É mais ou menos uma obra do tamanho da ponte do Centro”, afirma o prefeito.

Na comparação, Ari exemplifica que, se considerar que o rio é a BR-101 e as duas avenidas Beira Rio são as laterais da BR-101, é como se fossem feitas no trevo obras semelhantes a quatro pontes do Centro, o que comprova o orçamento superior a R$ 80 milhões.

“Imagino que, neste momento, o secretário Jerry não tem um orçamento de R$ 85 milhões para licitar, pois não há dinheiro para pagar o Plano 1000 e uma série de outras obras. Então, a alça da BR-101 vai entrar no pacote”, afirma o prefeito.

Um dos desenhos do projeto das obras no trevo. Foto: Reprodução

Origem do dinheiro

Ari sugere que a solução do governo do estado deve ser buscar um empréstimo. Porém, o prefeito aponta possíveis dificuldades nas discussões do empréstimo. Ele compara a busca pelo empréstimo com a viabilização dos recursos do financiamento internacional Fonplata para Brusque, que estão parados em Brasília há mais de um ano.

“O que mais me preocupa com as obras das alças, assim como da barragem e da rodovia Ivo Silveira, é quanto ao dinheiro. De onde virá? Todas as obras eram faladas em recursos próprios do governo do estado. Recursos próprios parece que não há”.

Por fim, o prefeito avalia que o governo anterior não deu atenção aos empréstimos porque teria acreditado que havia dinheiro em caixa. Ele afirma que, no momento, não há muito o que dizer pelo secretário Jerry sobre as obras do trevo, pois é necessária a busca por recursos antes.

“Na alça, seria R$ 35 milhões no orçamento, assinado em Itajaí. Terá que ser agora mais R$ 50 milhões para licitar novamente. Vai buscar de onde? As audiências são importantes para discutir, mas o secretário também não tem o que dizer enquanto não decidir de onde vão buscar [o dinheiro]”, finaliza.

Rescisão do contrato

Havia grande expectativa para o início das obras ainda no governo Moisés. No entanto, problemas impediram o começo dos trabalhos. No dia 31 de janeiro, o jornal O Município noticiou que a empresa responsável por construir o novo trevo pediu a rescisão do contrato com o governo do estado.

O objetivo seria a construção de quatro alças, dois elevados paralelos às marginais e uma ponte na entrada de Itajaí. Atualmente, o acesso entre os municípios é confuso e já não comporta mais o número de veículos que passam por ali.


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