Orçamento secreto: saiba opinião dos candidatos a deputado federal de Brusque e região sobre o tema
Repasse é alvo de críticas por falta de transparência
O chamado “orçamento secreto”, criado em 2019, deverá passar de R$ 19 bilhões no ano que vem de acordo com a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) já sancionada. A transparência desses repasses é questionada em ações no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Tribunal de Contas da União (TCU).
A diferença das emendas de relator para as outras demandas é que ela é definida pelo deputado ou senador como relator-geral do orçamento a cada ano. Os recursos, então, acabam sendo destinados em negociações informais.
Em 2020, o presidente Jair Bolsonaro (PL) vetaria essa modalidade de emenda, mas voltou atrás após pressão de partidos e parlamentares.
A falta de transparência da emenda de relator é criticada por dificultar a transparência. Em novembro do ano passado, o deputado catarinense Celso Maldaner (MDB) disse em entrevista ao Estado de São Paulo que companheiros de partido receberam oferta de liberação de R$ 15 milhões do “orçamento secreto” para cada deputado que votasse favorável à PEC dos Precatórios.
O jornal O Município enviou aos candidatos a deputado estadual da região a opinião deles sobre o assunto.
A transparência desses repasses é questionada em ações no STF e no TCU. Você é favorável a essas emendas? Irá utilizá-las, caso eleito?
Alessandro Simas (PP)
Entendo que os recursos públicos devem ser distribuídos de forma igualitária, mantendo a transparência como princípio, o que não ocorre no formato proposto (orçamento secreto).
Tal modalidade possibilita apenas a identificação do órgão orçamentário, da ação a ser desenvolvida e do favorecido. No entanto, a identidade do parlamentar proponente permanece oculta, ao contrário das emendas individuais, de bancadas ou de comissões.
No caso em epígrafe é o relator do orçamento quem define a destinação dos recursos, abrindo brechas para distinções, possibilitando ainda que, de alguma forma, tais recursos favoreçam suas bases eleitorais ou sejam utilizados como moedas de troca para barganhas e negociações espúrias.
Deivis Júnior (MDB)
Kátia Costa (Psol)
Além de ser secreto, o que não fica transparente para quem e como será distribuído no país. Como assim não se tem transparência de dinheiro destinado a parlamentares, se até os menores salários do funcionalismo público devem estar nos portais de transparência?
Normalmente os deputados e senadores utilizam em suas bases eleitorais e nem
sempre é aquela cidade específica que está precisando em alguma urgência, mas
direciona como “balcão de negócios”, uma prática muito antiga, e que devemos
combater.
As emendas se forem bem aplicadas, verificando demandas urgentes, necessárias e que beneficiem a todos e todas, sou favorável.
Marise Tormena (PTB)
Paulinho Sestrem (Podemos)
Agora, me oponho à modalidade de emenda de relator, vulgarmente chamada de “orçamento secreto”, pois entendo que tal modalidade foge do objetivo desta iniciativa. Como deputado federal, caso venha a ser relator de algum orçamento, não farei uso dessa ferramenta.
Professor Deschamps (PV)
Além de permitir aos parlamentares direcionarem verbas somente aos seus “currais eleitorais”, o “orçamento secreto” é o maior responsável por outra consequência catastrófica para nosso futuro: como uma montanha de dinheiro é administrada por cada um dos deputados que usam essas emendas, Santa Catarina não tem como desenvolver grandes obras no longo prazo. Sabe a duplicação daquela estrada da sua região? A construção ou ampliação daquele hospital da sua cidade? Tudo isso vai continuar faltando. Por que isso ocorre? Porque, como as verbas são distribuídas pelos deputados de uma forma desordenada, é impossível planejar e construir obras mais complexas e demoradas, isto é, que exigem planejamento e construção no longo prazo.
Professor Rogério dos Santos (Republicanos)
Saiba tudo sobre as Eleições 2022:
– Últimas notícias
– Reportagens especiais e dúvidas frequentes
– Nomes, números e informações dos candidatos