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Orçamentos apresentados pela Speed não são verdadeiros, dizem depoentes

Roberto e Cristian Pinheiro disseram que assinaturas nos documentos não eram as deles

A CPI das Oficinas ouviu três pessoas na sessão de ontem. A ex-diretora administrativa da Secretaria de Educação, Kelly Bergler, foi a primeira a depor. Além dela, Roberto Pinheiro e Cristian Pinheiro, proprietários da Auto Mecânica Pinheiro, também prestaram esclarecimentos aos vereadores e declararam que os orçamentos apresentados em nome de sua empresa não são verdadeiros.

Apesar da ausência de Celio de Souza (PMDB), a comissão parlamentar funcionou normalmente porque a maioria dos membros estavam presentes. Souza saiu da Câmara de Brusque porque é o terceiro suplente na vaga de Joaquim Costa, o Manico. Norberto Maestri, o Kito, é o segundo e, como deixou a Secretaria de Turismo, assumirá a vaga. Segundo o presidente da CPI, Alessandro Simas (PR), o PMDB deverá indicar outro membro para o cargo.

Kelly ocupou o cargo de diretora de 2011 até o dia 8 deste mês, quando foi exonerada pelo governo atual. Hoje, ela é professora. A ex-diretora negou que tivesse participação no acompanhamento ou fiscalização da manutenção dos carros. “Eu recebia tudo executado”, disse na tribuna.

Com esta afirmação, o relator da CPI das Oficinas, Ivan Martins (PSD), disse que não tinha mais o que perguntar, assim como os demais vereadores, que se abstiveram de fazer mais perguntas.
Orçamentos falsificados

Roberto Pinheiro, um dos donos da Auto Mecânica Pinheiro, disse na tribuna que prestou serviço para a Prefeitura de Brusque por meio da Nit Clínica Automotiva – a Speed. Ele disse que conhecia José Luís Vargas e João Alexandre Vargas, donos desta última, que é investigada não só na Operação Revisão Total, mas também em outros inquéritos em separado pelo Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC).

Pinheiro negou que já tenha feito orçamentos para a prefeitura, embora o relator Ivan Martins tenha apresentado na tela documentos orçamentários da mecânica Pinheiro. Uma das acusações que pesam contra a Speed, que subcontratou a Auto Mecânica Pinheiro, é de falsificações de documentos.

“Nós nunca fizemos um orçamento”. Martins questionou sobre a assinatura, e a resposta de Roberto Pinheiro foi que não era dele. “Só prestava serviço de mão de obra, nunca me pediram orçamento”, afirmou. “O que eu queria comprovar é que estes orçamentos não foram feitos pela empresa, foram falsificados”, comentou o relator da comissão. Segundo Roberto, não havia contrato, os carros eram levados pelos proprietários da Speed.

A Auto Mecânica Pinheiro trabalha apenas com veículos pesados e cobrava de R$ 30 a R$ 35 a hora trabalhada, de acordo com o depoimento de Roberto. Ele disse que não emitia nota fiscal, tendo em vista que ele não tinha vínculo com a Prefeitura de Brusque. “A empresa do seu Roberto não tem parte nisso. A Nit é que cometeu a irregularidade e nós vamos cobrar”, afirmou o vereador Ivan Martins.

Cristian Pinheiro, filho de Roberto que também é responsável pela mecânica, também não reconheceu os modelos de orçamento exibidos por Martins, tampouco as assinaturas. Apesar de a Pinheiro não ser contratada pela administração municipal à época, de acordo com ele servidores chegaram a ir ao estabelecimento. “Ás vezes, o Zé [José Luis Vargas] ou alguém da Secretaria de Obras. Mas mais eram os ônibus da Educação”, ressaltou. Cristian também assegurou que as peças colocadas nos veículos eram originais.

Um dos advogados da Pinheiro, Rodrigo Fischer, também fez uso da palavra. Ele destacou que há coincidências gráficas nos orçamentos apresentados pela Speed, o que pode indicar um padrão nas supostas falsificações.

Ex-diretora administrativa negou envolvimento na fiscalização de oficinas

 

 

Cristian Pinheiro negou que assinatura em documento seja sua
Roberto Pinheiro afirmou que nunca fez orçamentos para a prefeitura