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Organizações de proteção dos animais de Brusque e região passam por dificuldades durante pandemia

Acapra e Pata informam que há diminuição do volume de doações

Grande parte da sociedade está sentindo os efeitos econômicos da pandemia do coronavírus. Em Brusque e Guabiruba, as organizações de proteção dos animais, que funcionam basicamente através de doações, encontram-se em situação bastante complicada.

Em outubro do ano passado, a Associação Brusquense de Proteção aos Animais (Acapra) chegou paralisar atividades por conta de uma dívida de R$ 120 mil. Desde então, a ONG vem fazendo apenas atendimentos emergenciais e de urgência.

O presidente da Acapra, Moacir Giraldi, admite que a situação da ONG está ainda mais difícil. Ele conta que as doações caíram e que a sensação é de que as pessoas estão evitando gastos supérfluos neste momento.

A Acapra continua fazendo atendimento dos casos de urgência e emergência, mas precisa da ajuda da população.

“Sempre precisamos da ajuda da população, nenhuma entidade sobrevive sem ajuda, mas infelizmente a gente passa por uma situação complicada e agora tende a piorar um pouco pelo medo das pessoas”, diz Giraldi.

A presidente da Protegendo os Animais com Todo o Amor de Guabiruba (Pata), Kelly Cristine Stricker, relata que que a organização precisou reduzir as atividades do dia a dia. A Pata está atendendo apenas casos extremos, como atropelamentos e quando algum animal está em situação muito grave.

“Em outras situações estamos pedindo para que a pessoa encaminhe fotos para a gente e fazemos a divulgação, para buscar um lar temporário ou uma família para buscar”, diz.

Kelly diz que a Pata não conseguiu nenhuma entrada de dinheiro neste ano, a não ser dois aniversários solidários, onde pessoas doaram o valor arrecadados nas festas e doaram para a ONG.

A Pata estava organizando uma rifa que estava programada para a Páscoa, mas adiaram porque não conseguiram passar nos comércios para vender os bilhetes.

“Estamos esperando as coisas normalizarem, porque não conseguimos vender [os bilhetes da rifa], porque não temos previsão e não sabemos quando vai voltar. A gente já reduziu as atividades, mas daqui a pouco vai ter que parar de vez, porque, sem dinheiro, não tem como encaminhar para a clínica veterinária”, explica.

O presidente da Acapra diz que, em Brusque, aumentou o número de denúncias de maus tratos.

“Com toda essa situação, com as pessoas economizando, já dificulta para comprar uma ração relativamente boa. No intuito de economizar, acaba comprando uma ração pior ou não comprando, e deixando os animais em segundo plano. Como não são prioridades para algumas pessoas, os animais ficam um pouco de lado”.