Orgulho da (sua) História
Você já ouviu a expressão: “isso é um barato”? Ou que “viver é o maior “barato”? De forma geral, a expressão indica aquilo ou aquele que desperta prazer, que satisfaz; que provoca grande aprovação ou entusiasmo; algo ou alguém muito bom, muito divertido. Assim, podemos dizer: “essa música é um barato”. Ou, ainda: nossa viagem foi um barato. Rodolfo Mignone diz que o “grande barato da foto é o fotógrafo conseguir transmitir exatamente o que ele quis”. Na gíria, a expressão muitas vezes é empregada para indicar a sensação física ou psicológica provocada por efeito de droga, daí a expressão “esse fumo dá o maior barato”. É desse modo que se expressa Eduardo Bueno, ao afirmar que “o crack é um chute nos culhões e uma voadora no peio. E o mais incrível é isso: dá um barato que dura 3 minutos, e depois você precisa de mais”.
E então, leitor, qual é o “barato da sua vida”?
Para mim, o grande barato da vida é poder olhar para trás e sentir orgulho da própria história, daquela que se ajudou a construir, da diferença que se fez ao longo da caminhada, do legado que se deixou para as próximas gerações. Cada dia, uma nova etapa, sabendo que um caminho sólido é construído “centímetro a centímetro”, e não em quilômetros.
Você já observou quais são os requisitos mínimos para se construir uma rodovia que não esburaque com a chuva e com o tráfego intenso? Você acha que para construir uma estrada basta sair por aí pilotando uma máquina que lança asfalto, contornando ou subindo morros? Bem…não é tão simples assim! Dá um bocado de trabalho e três fases são essenciais: planejamento, projeto e construção. Na primeira etapa – planejamento -, é definida a função da rodovia, que vai determinar o seu traçado, resistência e materiais a serem utilizados.
Em segundo lugar, é preciso fazer o projeto. Essa etapa é muito importante, pois só assim a equipe de execução vai saber o que fazer e que materiais usar. É desejável que a estrada fique o mais reto possível, que não suba e desça colinas o tempo todo, tampouco contorne todas as elevações, pois ficaria com muitas curvas e ladeiras e poderia provocar mais acidentes. Um bom projeto pode determinar o sucesso da empreitada.
Na etapa de construção, muitas vezes se tira terra de alguns morros para que estes fiquem mais baixos, e se coloca terra em algumas depressões para que estas fiquem mais altas, processo usualmente chamado de “terraplanagem”. Em seguida, se prepara “a cama” para que a estrada fique compacta, bem firme. Nesta etapa, são colocadas várias camadas de materiais resistentes para formar uma base plana e muito sólida. Só então é que se aplicam as camadas de asfalto e piche, que tem a função de colar o asfalto na “cama” para que as águas da chuva não desmanchem a estrada. Durante essa fase “rolos compressores” atuam para aplainar continuamente o caminho, fazendo a pavimentação. Finalmente, a estrada é sinalizada, arborizada e recebe os acabamentos de caráter paisagístico. Centímetro a centímetro, a rodovia ficou “um barato”!
Assim também é a vida… Se você cumprir sua missão com retidão de caráter, empenho e compromisso com o meio, ao final da jornada poderá olhar para trás, sentir orgulho da (sua) história e dizer que a sua viagem da vida foi “um barato”!
Talvez você me pergunte: – E tempo para tudo isso?
Então te respondo, usando as palavras de Leonardo da Vinci: “o tempo dura bastante para aqueles que sabem aproveitá-lo”…