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Oscilação de energia causa prejuízos a empresas de Guabiruba e Botuverá

Assunto é discutido há bastante tempo entre os empresários da região e a Celesc

A oscilação e queda de energia em Guabiruba e Botuverá é um problema para as indústrias e causa prejuízos. O coordenador do Núcleo Empresarial de Guabiruba, vinculado à Associação Empresarial de Brusque (Acibr), Maico Tomasi, diz que o problema é discutido há anos. “Teve empresas que até já pensaram em mudar de lugar”, conta Tomasi.

O núcleo e a Acibr já realizaram reuniões com a Celesc para reivindicar melhorias. A terceira subestação de Brusque, no bairro São Pedro, sempre foi um pedido do empresariado. A nova subestação, inaugurada no dia 4,  beneficia Guabiruba. “Vai começar a melhorar a energia, mas vamos acompanhando”, diz Tomasi.

O coordenador afirma que o problema já foi pior, mas que ainda é uma preocupação para as empresas. “A gente sabe que para a indústria crescer, a energia é base. Precisa haver uma melhora”, diz.

Eduardo Barni, diretor de relações empresariais da Acibr, diz que em Botuverá quem mais sofre são as indústrias do bairro Águas Negras. “As indústrias que estão nessa região estão com dificuldade de energia. Precisam de mais demanda”, comenta Barni.

O consumo

Em Guabiruba e Botuverá o consumo industrial de energia cresceu no mercado livre nos últimos anos, já que as empresas migraram para essa modalidade. Em Guabiruba, de 2012 a 2018 o consumo no mercado livre aumentou 711,2%. Já em Botuverá, não havia nenhum consumidor neste tipo. Após a migração, de 2013 a 2018 o consumo aumentou 1.443,7%.

No mercado cativo, o consumo caiu 17,2% em Guabiruba. Em 2018, o consumo industrial foi de 33.353,16 megawatt-hora (MWh). Em Botuverá, o consumo caiu 88,2% em seis anos. Em 2018, o consumo no cativo foi de 6.947,05 MWh. Confira nos gráficos.

O gerente-executivo da NCA Malhas, André Ricardo Valentim, relata que recentemente ocorreram cerca de seis oscilações de energia, as chamadas “piscadas”, em apenas uma manhã.

Valentim diz que a frequência é bastante relativa. Neste último caso, foi em um dia considerado normal, avaliando as condições climáticas. No verão, por exemplo, as quedas são mais recorrentes nos fins de tarde, principalmente em dias de chuva com trovoada.

Valentim diz que as piscadas danificam maquinários que contêm componentes eletrônicos. Dependendo do aparelho, demora de 30 a 40 dias para a nova peça chegar. “É um problema muito grande pra nós”, comenta. “Num processo de estamparia e tinturaria é um problema, tem que reiniciar alguns processos, tem que recarregar a máquina”, complementa o gerente.

A empresa compra energia no mercado livre, mas a distribuição é feita pela Celesc e para isso é preciso pagar uma taxa para a concessionária. Na opinião de Valentim, a qualidade do serviço não condiz com o valor pago.

Para amenizar o problema, é preciso investir em geradores e no-breaks, mas os custos são altos. “Tudo isso é um investimento por uma deficiência no fornecimento. Tem que fazer um investimento pra suprir uma situação que a empresa não está gerando”, comenta Valentim.

O gerente regional da Celesc, Claudio Varella, diz que são várias as causas da oscilação e o problema só pode ser identificado por meio de uma medição. A orientação é que quando houver piscadas com frequência, a Celesc seja acionada por meio do telefone 0800-480-196.

Varella afirma que as vezes a oscilação acontece porque os equipamentos estão consumindo acima do limite permitido.

Em Botuverá, está em andamento uma licitação para a execução de melhorias na distribuição de energia na região do Águas Negras. “Essa melhora no cabeamento é uma reivindicação de um ano, mais ou menos. A Celesc fez bastante investimento no nosso município e essa parte ficou para trás”, diz Barni.

A previsão é iniciar os trabalhos ainda neste ano e encerrá-los no primeiro semestre de 2020. “Vai melhorar a qualidade da transmissão”, diz Varella.