Oscilação do dólar impacta agências de turismo em Brusque
Procura por pacotes tem diminuído com a recente alta
A tendência de alta na cotação do dólar tem afetado diretamente o movimento no setor de turismo de Brusque. De diferentes formas, o encarecimento da moeda americana fez a clientela das agências cair.
O câmbio tem sido bastante volátil nas últimas semanas. O principal motivo, para o mercado financeiro, é o comportamento instável do governo Jair Bolsonaro.
A cada recuo, o mercado reage com receio. Isso faz o dólar ficar mais caro. Mas, além disso, a incerteza sobre a reforma da Previdência e o futuro da agenda econômica do governo também contribui para a alta da moeda americana.
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Um bom exemplo do encarecimento da moeda aconteceu em 20 de maio: a moeda fechou o dia cotada a R$ 4,10, e a R$ 4,26 o dólar turismo. Depois, baixou, mas ainda operava em leve alta, até a terça-feira, 4, com o dólar turismo em R$ 4,01.
A alta do dólar tem impacto direto no preço das passagens aéreas, por exemplo, além de valores em hotéis e demais serviços no exterior. O público brusquense se ressentiu.
Roberto Tomasoni, proprietário da Tomasoni Viagens e Turismo, afirma que o ano começou bom com a expectativa sobre o novo governo. Em janeiro e fevereiro, ele registrou acréscimo de 30% nas vendas.
Março e abril também foram positivos. Desde então, o movimento arrefeceu. “Agora continua a expectativa para o segundo semestre”, afirma o empresário.
Tomasoni avalia que as pessoas que querem viajar no segundo semestre estão esperando algum sinal para ver se compram o pacote agora ou mais tarde.
Rafael Schlindwein, gerente da Geneve Viagens e Turismo, diz que a procura por pacotes teve queda em março e abril. Para ele, também tem relação com o dólar mais caro.
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Schlindwein diz que o público mais rico não costuma analisar essas questões e mantém o hábito de viajar. Mas quem tem menos deve estar à espera de um sinal se o dólar continuará alto.
Na Geneve, os pacotes mais vendidos no momento são para os Estados Unidos, Portugal e França.
A Havan Viagens também tem visto o fechamento de negócios cair. Bruno Ferreira, agente de viagens, diz que as cotações continuam, mas a quantidade de vendas caiu.
Ferreira diz que muitas pessoas pedem cotações e não retornam. Depois de um tempo, voltam a pedir, em busca de um preço melhor.