Outros discos incríveis de 1977
Ano fértil é assim: a gente não consegue esgotar seus destaques em apenas uma ou duas semanas. A produção musical de 1977 é dessas. Infinitas!
Entre memória, pesquisa e sugestões de amigos no Facebook, vamos a mais uma seleção inesquecível de 77. Are you ready?
Pensando bem, a estreia solo de Iggy Pop, contando com a produção de David Bowie, devia ter entrado entre os três melhores discos do ano. Porque ela não é uma estreia, é uma declaração de guerra. E guerra de longo prazo. Tanto que boa parte das músicas que formam o álbum – Sister Midnight, Nightclubbing, Funtime, China Girl, Dum Dum Boys… – continua nos setlists do cantor até hoje.
A parceria continua. Os dois discos de Iggy Pop lançados em 77, um em março, o outro em agosto, apesar da força própria, podem ser considerados “anexos” da trilogia Berlim de Bowie, contando com a produção dele, mais a colaboração de gente do mesmo time dos álbuns da trilogia (lembrando que Heroes e Low também foram lançados em 77), como Carlos Alomar. Além da música título (eternizada anos depois em Trainspotting), é o disco que tem The Passenger. Ou seja, só com os dois álbuns… dá tranquilamente para fazer um “the best of” do ex-líder dos Stooges.
Há quem torça o nariz para a “fase Bowie” de Iggy Pop… assim como há quem não goste de leite condensado. Porque há gente para tudo.
Confesso: este está aqui mais para que a gente não deixe passar em branco o aniversário de Debbie Harry, que completou incríveis 72 anos no sábado passado. Sérgio Roberto Duarte, sempre alerta, foi quem não deixou a gente esquecer a data, com direito a vídeo recente que mostra o quanto ela continua perfeita.
Para o Blondie… o melhor ano é 1978, com Parallel Lines, de 78, que tem Heart of Glass. Mas a sonoridade da banda já estava toda no disco de 77. Não deixe de conferir!
Mais uma estreia para a conta de 1977, o ano pé quente para longas carreiras. A gente tem a mania de não dar o devido valor a Costello, mas o disco foi considerado o álbum do ano pela Rolling Stone e está sempre entre os melhores da década. Talvez ele seja um daqueles “preferidos da crítica”, mas isso é uma injustiça, já que suas músicas são totalmente palatáveis. Você pode começar por Miracle Man e Alison… ou pelo álbum inteiro!
Aqui temos um daqueles casos clássicos em que gosto pessoal fica de lado. Nunca fui fã dos grandes nomes da disco music (mesmo aquela que, já na época, era mais funk do que disco), o que não me impede de reconhecer que o disco de estreia do Chic é um dos marcos de 1977. Ele faz parte daquela sonoridade que serviu de base e cama para muito o que se fez, de bom e de ruim, na música pop das décadas seguintes.
Não é fácil estrear já com hits como Dance Dance Dance (Yowsah Yowsah Yowsah) ou Everybody Dance.
Este é o representante de hoje da lista lembrada por Eduardo Loos. E entra também em homenagem ao Luís – que deve aparecer aqui nas próximas semanas, com lembranças locais que não podem ser esquecidas.
O décimo disco da banda de Ian Anderson tem o que se espera do som folk, progressivo e “natureba” do Jethro Tull. Comece pela deliciosa Cup of Wonder e emende com Ring Out Solstice Bells. E escolha se você é hater ou lover.
Semana que vem, a música de 1977 no Brasil também é de cair o queixo. Duvida?