Outubro Rosa: Otimismo como arma na batalha contra o câncer

Conheça a história de Edilene, que há três anos está na luta contra a doença

Outubro Rosa: Otimismo como arma na batalha contra o câncer

Conheça a história de Edilene, que há três anos está na luta contra a doença

Há três anos, Edilene Knabben, 48 anos, luta contra o câncer. Ela recebeu a confirmação da doença em 2012, mas os sinais de que havia algo de errado em seu corpo surgiram em 2010. Uma gravidez aliada à demora em procurar um mastologista, fizeram com que o câncer de mama fosse descoberto já em estado avançado, mas mesmo assim, ela não desanimou e segue otimista na batalha contra esta, que é uma das doenças mais temidas pelas mulheres.

O primeiro sinal de que havia algo errado com Edilene surgiu no fim de 2010. Ela e o marido estavam acampando e lá ele percebeu um caroço embaixo do braço dela. “Eu nunca tinha sentido. Achei que não era nada, pois eu tinha acabado de ficar menstruada”, conta.

Meses depois Edilene foi ao ginecologista, fez um ultrassom da mama em substituição da mamografia, já que ela tem prótese de silicone. “O exame deu fibroadenoma, eu levei o resultado ao médico e ele disse que não era nada, que era uma calcificação do leite da primeira gestação. Ele disse que se eu engravidasse novamente, aquilo sumiria. Eu saí feliz da vida”.

Edilene estava no segundo casamento e até pensou em engravidar porque o marido não tinha filhos. Como o resultado do exame foi positivo, ela foi viajar para Goiânia e lá não tomou o anticoncepcional. Semanas depois foi fazer uma bateria de exames periódicos e descobriu que estava grávida. “Levei meus exames no mesmo médico e ele disse pra esquecer daquele caroço e cuidar do bebê. Como a gente acha que vai acontecer com todo mundo, menos contigo, não procurei o mastologista novamente. Cuidei da criança, ela veio saudável em 2011”.

Apenas em 2012, Edilene foi a um especialista para cuidar daquele caroço, que não havia sumido com a gravidez. Ela fez uma biópsia e o resultado foi o pior. “Foi diagnosticado câncer de mama maligno, um carcinoma ductal maligno, nunca vou esquecer esse nome”, lembra.
Edilene foi ao mastologista e na primeira consulta ela já foi direto: precisaria de quimioterapia e também cirurgia para retirada da mama. “O médico perguntou se eu estava pronta pra tirar a mama e perder o cabelo. Eu chorei muito, foi um dia depois do meu aniversário”.

Enquanto aguardava a cirurgia, seu casamento também foi afetado. Um dia antes da cirurgia para retirada da mama, o marido saiu de casa. Os quatro meses que se passaram desde o diagnóstico até a cirurgia fizeram com que a doença avançasse. “Quando eu vi, a doença já tinha tomado a mama toda. Foram quatro meses que a doença se alastrou de uma maneira, que eu tive que retirar toda a mama esquerda e mais 13 nódulos embaixo do braço”.

De 2012 até agora, Edilene já passou por 18 quimioterapias e 78 radioterapias. O tratamento é todo realizado em Blumenau, no Hospital Santo Antônio, pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Câncer x vaidade

Cerca de 20 dias depois da primeira sessão de quimioterapia, Edilene começou a sentir as consequências. O cabelo comprido, aos poucos, foi caindo. Ela então decidiu raspar. “Fui num sábado a tarde e raspei. Ganhei uma peruca de cabelo humano porque eu não queria usar lenço. Chama muito a atenção, as pessoas te olham diferente. Botei a peruca e me senti poderosa, ninguém dizia que era peruca”.

Apesar de difícil, a queda do cabelo, no entanto, não foi o que mais abalou. Com a retirada da mama esquerda, Edilene teve que tirar forças do fundo da alma para superar. “É uma vaidade que nós, mulheres, temos. Eu sempre fui magra, alta, mas tinha pouco seio. Em 2007 então, realizei um sonho e coloquei silicone. Agora, estou mutilada”, afirma.

No seu caso, a mastectomia teve que ser total. No lugar da mama, agora só resta a cicatriz, mas com o tempo, Edilane aprendeu a lidar com a nova forma de seu corpo. “A gente se abala muito com isso, mas é besteira. Cabelo cresce, a mama se coloca, e marido se arruma. São três coisas fúteis”, diz.

Hoje, Edilene usa o sutiã especial doado pela Rede Feminina de Combate ao Câncer de Brusque, com o enchimento de silicone para tentar suprir a falta de uma mama. “Tenho dois. Um que uso mais em casa, e outro que deixo para sair. Não é a mesma coisa, mas ajuda”.

Otimismo é a chave para a cura

Como o câncer foi descoberto em estágio avançado, a doença se espalhou para os ossos. Mesmo assim, Edilene não perde o otimismo. Para ela, o pensamento positivo é grande parte do sucesso do tratamento. “Muito é dos nossos pensamentos. Acredito que 70% é pensamento positivo e 30% os remédios”.

Não deixar a doença tomar conta da vida também é um fator importante. Mesmo com muitas dores, Edilene nunca deixou de levar uma vida normal. “Desde a semana passada comecei a tomar morfina para aliviar as dores, mas eu não posso tomar muito porque dá sono. Tenho que cuidar dos meus pais que estão doentes, tenho duas filhas. Ou eu sinto dor para poder ir ao mercado, cuidar da casa, e fazer as minhas coisas, ou eu tomo o remédio e passo o dia na cama. Não quero isso”.

Como precisou se afastar do trabalho para fazer o tratamento, Edilene foi procurar uma ocupação. Fez cursos de artesanato e hoje dedica parte de seu tempo às encomendas. “É importante você achar alguma coisa que você gosta, não se entregar. Se entregar torna a situação ainda mais difícil”.

Assim, ela vive uma vida normal. “Essa doença é muito ingrata, a gente não sabe o tempo que vai ter, então tem que viver o hoje. Se eu tenho vontade de comer, eu vou, se quero ir a praia, eu dou um jeito e vou. Quando recebemos o diagnóstico, parece que vemos a morte, mas não dá pra eu ficar esperando a morte chegar. Ela pode chegar amanhã, como daqui a 10 anos, e enquanto isso, preciso ter uma vida de qualidade”.

Prevenção é o melhor remédio

Edilene tem consciência de que se tivesse procurado um especialista logo que sentiu o caroço, lá em 2010, provavelmente já estaria curada. Por isso, ela deixa o conselho para as mulheres: “É importante, principalmente as meninas novas não deixarem de fazer o preventivo, se cuidarem, fazerem o autoexame. É melhor ir agora, fazer os exames, para que o teu medo não se transforme em um mostro que é a retirada da mama. É preciso ser muito forte para aguentar isso. A prevenção é o melhor remédio, quanto antes descobrir, melhor será”.

Para as mulheres que receberam o diagnóstico da doença recentemente, Edilene aconselha nunca perder a fé. “É importante pensar mais em você, na sua qualidade de vida. Não desistir, se cercar sempre de pessoas com energia positiva e nunca, nunca mesmo perder a fé. Eu não perdi a minha, continuo lutando firme e forte”.

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