Outubro Rosa: Rede Feminina de Brusque mantém serviços em meio à pandemia
Assistência às pacientes com câncer e demais mulheres parou por um tempo mas retornou com segurança
Em meio à pandemia da Covid-19 os serviços da Rede Feminina de Combate ao Câncer de Brusque continuam. Neste Outubro Rosa, que conscientiza sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama e do colo de útero, os trabalhos serão intensificados para chamar a atenção das mulheres.
Em meados de março, quando todas as atividades em Santa Catarina foram suspensas, a rede também precisou parar com a assistência. O trabalho retornou no dia 4 de maio, com todas as medidas de segurança para prevenir o contágio do novo coronavírus, e desde então a entidade segue prestando serviços à comunidade.
A presidente da rede, Miriam Evangelista Ribeiro, explica que a maioria dos serviços retornaram. Permanecem suspensas até o fim do ano as reuniões em grupo, que ocorrem durante a semana, com as pacientes em tratamento. Como elas são grupo de risco, não é possível realizar os encontros.
Uma alternativa aos encontros presenciais são os grupos de WhatsApp. As voluntárias entram em contato com as mulheres, perguntam como estão e se necessário são visitadas, mas somente em últimos casos para evitar ao máximo o contato.
Em agosto os serviços de psicologia e fisioterapia ficaram suspensos por 15 dias, mas atualmente estão funcionando. O trabalho é realizado com as mulheres que estão em tratamento de câncer.
Outro serviço que continua é o transporte das mulheres até Blumenau para tratamento, consultas médicas e cirurgias. Quando as atividades pararam no início da pandemia, as famílias que ficaram responsáveis de levar as pacientes.
No transporte todas as pacientes e as voluntárias utilizam máscara e têm o álcool em gel disponível. Quando chegam ao destino, as voluntárias que antes acompanhavam as pacientes agora devem esperar do lado de fora. Elas podem ajudar a mulher, levar até a sala, por exemplo, mas devem voltar.
O brechó da Rede Feminina, que é uma forma para a arrecadação de recursos, ficou um tempo parado mas atualmente está atendendo, seguindo as normas sanitárias impostas pelo governo.
A rede também está distribuindo máscaras para as pacientes e mulheres que vão até a unidade sem a proteção. A maioria delas foi doada por parceiros da entidade. Nenhum atendimento pode ser realizado sem o uso de máscara.
Como muitas das voluntárias precisaram ficar em casa por serem do grupo de risco. Como em outubro a procura é maior, aquelas que têm condições voltarão ao plantão nesta segunda-feira, 5. Além das 53 voluntárias, a entidade ainda tem sete colaboradores.
Miriam diz que a preocupação é com a saúde das voluntárias. “Em primeiro lugar, como entidade, tem que pensar nas voluntárias, se preservar. Vão voltar só as que podem”, esclarece.
Campanha do Outubro Rosa movimenta entidade
A presidente da entidade conta que neste mês os trabalhos serão intensificados por conta da campanha do Outubro Rosa. A partir desta segunda-feira, 5, serão atendidas aproximadamente 17 mulheres por dia.
“Há 31 anos a gente faz isso. O Outubro Rosa é importante, é uma data comemorada mundialmente para a mulher acordar, para cuidar do seu corpo”, diz Miriam.
Durante outubro a Rede Feminina de Combate ao Câncer faz mais mamografias que nos outros meses, devido à procura maior. As mulheres procuraram bastante a rede em meio à pandemia porque por um período os postos de saúde não estavam com atendimento completo. Com o retorno das atividades, o fluxo diminuiu, mas a tendência é aumentar ao longo do mês.
Para evitar aglomeração, todas as consultas são com horário marcado, não mais por ordem de chegada. O atendimento pode ser agendado por meio do telefone (47) 3351-0200 ou pelo WhatsApp (47) 9 9205-9635.
Neste ano, a rede planeja visitar empresas de pequeno porte para conscientizar para os exames preventivos. No entanto, ainda aguarda autorização sanitária para realizar a ação.
Para as empresas com número maior de funcionários, a entidade preparou um vídeo com orientações. A sugestão é que coloquem o vídeo em áreas comuns onde as mulheres poderão assistir.
Para o mês ainda há intenção de fazer videoconferências. Até o momento nenhuma data foi definida.
A presidente da rede reforça que é muito importante que as mulheres façam os exames preventivos da mama e do colo do útero porque a doença descoberta precocemente tem uma chance maior de cura.
Voluntariado e solidariedade
Miriam conta que em meio à pandemia a receita diminuiu porque não é possível realizar os eventos para angariar fundos. No entanto, afirma que a entidade tem um dinheiro em caixa que está sendo o suficiente para arcar com as despesas mensais. São R$ 22 mil fixos ao mês, mais os gastos variáveis.
A presidente diz que 2019 foi um bom ano para a entidade, com muitas parcerias que garantem o sustento dos serviços para a comunidade.
“Cada uma de nós é dona da Rede Feminina. Se existe, é graças ao voluntariado e ao povo que nos patrocina”.
Uma renda que entra para a rede é o Troco Solidário da Havan. Neste ano, a iniciativa beneficiará todas as unidades da Rede Feminina de Combate ao Câncer do estado. No valor obtido na loja de Brusque, 50% será doado para a unidade do município e a outra metade para os demais municípios.
Para 2021 a expectativa é iniciar a construção da sede, que deve ter o projeto entregue pelos arquitetos no início do ano.
Como ajudar
A rede aceita doações em dinheiro por meio do banco.
Rede Feminina de Combate ao Câncer
Banco do Brasil
Agência 0401-4
CC 25871-7