Outubro Rosa: Rosana Torresani foi diagnosticada com câncer em 2012 e hoje está curada
Rosana identificou uma mancha roxa no seio, que cada vez que apertava doía
“A palavra câncer em si, dói mais do que a doença”. São com essas palavras que Rosana Torresani, de 55 anos, define o sentimento de ter passado pela experiência de ter o câncer de mama. Casada há 35 anos, mãe de duas mulheres, catequista há mais de 20 anos, coordenadora do grupo de idosos, estudo bíblico e de casais da Capela São Sebastião, no bairro Cedrinho, ela também faz artesanatos e cuida da casa.
Essas atividades sempre fizeram parte de sua rotina e continuaram mesmo após a descoberta de dois nódulos na mama direita. Foi no fim de outubro de 2012 que Rosana identificou uma mancha roxa no seio, que cada vez que apertava doía. No primeiro momento, ela lembrou que havia caído recentemente e pensou que a marca pudesse ser disso. Porém, acostumada a fazer mamografia e preventivo todos os anos, alguns dias depois procurou sua ginecologista e falou da dor e da mancha.
“Eu sempre levei uma vida normal e nunca duvidei que seria curada. Rezava e colocava nas mãos de Deus, ele queria me ensinar algo com isso tudo”
– Rosana Torresani
Aparentemente, a médica disse que não era nada grave, mas solicitou uma mamografia. O exame mostrou que a marca rocha era mais do que o resultado de uma queda: era um câncer. Na sequência, a ginecologista encaminhou Rosana para um mastologista em Blumenau, que pediu exames de praxe. Menos de um mês após a descoberta da doença a cirurgia foi marcada. Em 7 de dezembro de 2012, dois dias antes de fazer aniversário, ela fez a operação, retirou o seio direito e no mesmo procedimento já realizou a recolocação da mama. “Num primeiro momento é muito impactante. Achamos que nunca vai acontecer conosco. A palavra em si já assusta e torna-se difícil aceitar, mas depois é preciso aceitar e seguir em frente”, afirma.
Tratamento
E foi com esse otimismo que Rosana enfrentou a doença e se curou do câncer. Após a cirurgia, no dia 30 de janeiro de 2013, iniciava-se a batalha de quimioterapias: foram quatro vermelhas, dez brancas e 28 sessões de radioterapia, além de 18 sessões de uma vacina (Herceptin) que combate a doença. “Esse ano (2013) foi praticamente todo de recuperação e de cuidados. Tinha períodos de alta e baixa, no entanto, eu não tinha dor e na maioria das vezes passava bem”.
Durante o tratamento, um dos momentos mais difíceis foi quando houve a queda do cabelo – exatos 15 dias depois da primeira sessão de quimioterapia. Ela conta que num dia caiu um pouco, no outro mais e no terceiro a quantidade foi assustadora. Por isso, decidiu que rasparia o cabelo no salão de uma amiga. “Cheguei lá com um lenço e disse pra ela: não chora que eu não vou chorar. Raspa e depois me ensina a usar o lenço”. Rosana conta que no fim de 2013 o cabelo já começou a crescer de novo, e que às vezes usava lenço, outras chapeuzinho. “Alguns momentos eu chorava, mas eu sorri mais do que chorei. Deus foi e é tão bom comigo. Não era fácil, mas passou, como tudo na vida”.
Atualmente, quase três anos após o diagnóstico do câncer na mama direita, Rosana se sente bem e está curada. A cada seis meses faz acompanhamento com oncologista. O último foi realizado em junho e em dezembro faz mais um. “Eu sempre levei uma vida normal e nunca duvidei que seria curada. Rezava e colocava nas mãos de Deus, ele queria me ensinar algo com isso tudo”, diz.
Apoio da família
Ela afirma que o apoio da família e dos amigos foi decisivo para sua recuperação. “Quanto mais carinho e atenção você tem, mais forte fica. Eu fiquei rodeada de pessoas queridas que me ajudaram muito. O câncer é horrível, mas a gente precisa ser mais forte do que ele”.
Rosana conta que a doença foi a responsável pela perda de duas amigas especiais. Neste ano, ela se despediu de Luisa (câncer no útero) e Rose (câncer na mama). “Foi bem difícil, pois elas eram pessoas que me davam forças e lutaram pelas suas vidas com alegria. Foram duas guerreiras que infelizmente se foram por causa dessa doença. Duas amigas que não tiveram a mesma sorte que eu tive”.
Rosana lembra que foi por meio da Rose que conheceu a Rede Feminina de Combate ao Câncer de Brusque, no qual participa até hoje. “Comecei a frequentar no começo de 2013 e é muito bom. É uma mulher dando força para a outra, dizendo palavras de otimismo e de confiança”.
Para registrar o momento por qual passou, Rosana escrevia anotações pontuais sobre a doença – desde a descoberta, cirurgia, quimioterapias e o pós-cura. O diário é pessoal e contém informações peculiares sobre sua vida e a maneira como enfrentou o câncer. “Nunca duvidei do amor de Deus e nem questionei o porque de ser comigo. Ele está no comando sempre. Hoje só quero viver com mais alegria, passear bastante e curtir mais ainda a minha família”.