Padaria Wegner fecha unidade física no bairro Primeiro de Maio
Família começará a produzir produtos sem glúten e sem lactose no segundo semestre
A padaria e confeitaria Wegner, uma das mais tradicionais de Brusque, fechou a sua unidade física há cerca de 40 dias. Depois de 70 anos no mercado, os sócios proprietários Renate Wegner Tromm, 75 anos, e seus filhos, Rejane Tromm Venturelli e Marcus Ricardo Tromm, decidiram investir num novo segmento.
A partir do segundo semestre, a Wegner começará a produzir produtos sem glúten e sem lactose. A princípio serão de oito a 12 itens de salgadinhos, palitinhos, doces amanteigados, pães e bolos, com pontos de venda em mercados de Brusque e região.
A crise econômica e política, atrelada à busca de um nicho diferenciado de mercado, foram os fatores que influenciaram na decisão. Marcus Ricardo diz que os custos para manter o negócio eram muito altos e que gradativamente o número de clientes também diminuiu. Antes, aproximadamente 15 ônibus que vinham trazer lojistas e turistas para comprar em Brusque passavam pelo local. Aos poucos este número caiu.
Além disso, ele afirma que visualiza um mercado em potencial de produtos naturais no município. “Já produzíamos alguns destes produtos e entraremos com produtos sem glúten e lactose da marca Wegner”.
O empresário diz que no próximo mês participará em São Paulo da Naturaltech – Feira Internacional de Alimentação Saudável, Produtos Naturais e Saúde, com o intuito de se aperfeiçoar mais neste segmento.
Ele conta que a Wegner já tem um nome registrado, que alguns pontos de venda já estão pré-definidos e que no segundo semestre iniciará a produção. “Estamos conhecendo empresas deste setor e compreendemos que há uma fácil penetração da nossa marca. Atuaremos também em cidades que já tínhamos contato”. Além de Brusque, São João Batista, Nova Trento e Balneário Camboriú são municípios com clientes em potencial.
“Na crise existem inúmeras oportunidades. Se não existisse a crise, a família não estaria se reunindo para ver essa nova grande oportunidade. Temos o nome, o conhecimento, o know-how e expertise do comércio”, afirma Marcus Ricardo.
Atualmente, o espaço em que a padaria e confeitaria ficou durante todos estes anos, está para ser alugado. A família não sabe qual será o futuro do local, já que ainda não definiu como será realizada a confecção dos produtos sem glúten e lactose. Os sócios proprietários agradecem aos colaboradores e clientes que durante os 70 anos prestigiaram o negócio da família.
Vocação para o negócio
Renate conta que seu pai Ricardo era funcionário na década de 40 da panificadora de Germano Hoffmann (Pai). O pai já possuía conhecimento no segmento e com ajuda de amigos tirou um empréstimo e deu inicio a produção de pães dentro da própria casa da família. Naquela época, segundo ela, não haviam grandes investimentos, já que o pão era amassado com a mão e o forno era de “cinzeiro” – era assada determinada quantidade até que o fogo estivesse quente.
Com carroças, entregavam o pão, e depois biscoitos, nos bairros Santa Terezinha, Santa Luzia e Centro.
Renate, desde os cinco anos, junto às irmãs, ajudava à família. Em 1950, no mesmo local, abriu-se um espaço destinado apenas ao negócio.
Também compraram um forno próprio para padarias e a produção engrenou – eram 24 horas seguidas. Já em 1982 iniciou a elaboração de bolos, tortas e cucas, que foi até o fechamento da empresa um dos seus carros chefes. “Era uma produção muito boa e tive muito conhecimento por ter conhecido muitas pessoas de vários lugares”, diz Renate.