Admirável testemunho de amor à vida
Vivemos numa Sociedade e numa Cultura em que o valor vida, inclusive a humana, perdeu seu verdadeiro valor. Há, por aí, mundo afora, uma banalização da vida, inclusa a vida humana. Todavia, há também ‘ilhas” de valorização da vida, também a humana. Nos dias de 06 a 10 de novembro, portanto, desse mês em curso, […]
Vivemos numa Sociedade e numa Cultura em que o valor vida, inclusive a humana, perdeu seu verdadeiro valor. Há, por aí, mundo afora, uma banalização da vida, inclusa a vida humana. Todavia, há também ‘ilhas” de valorização da vida, também a humana. Nos dias de 06 a 10 de novembro, portanto, desse mês em curso, nos confortou um belíssimo testemunho. Aconteceu na velha Europa. E o personagem central é um bebê britânico de 08 meses, de nome Indi Gregory.
Indi Gregory nasceu com doença terminal. Sofre de uma doença mitocondrial degenerativa rara e tem recebido tratamento de manutenção de vida num ventilador no Queen’s Medical Center em Nottingham, Inglaterra. Um juiz determinou que seu suporte de vida fosse removido. Os pais do bebê recorrem e conseguiram receber mais tempo de vida para o bebê depois que um tribunal deu permissão à sua família para recorrer da decisão de um juiz que determinou que seu suporte de vida fosse removido.
O juiz Robert Peel decidiu na quarta-feira, após uma “audiência on-line urgente”, que o aparelho de suporte vital de Gregory deveria ser removido às 14h (horário local), contrariando a vontade de seus pais e contra as tentativas da Itália de tratar a criança.
Além disso, a ordem do juiz estabelecia que o suporte vital deveria ser retirado no hospital ou em um hospício e não na casa da criança, citando a necessidade de “tratamento clínico da mais alta qualidade, realizado em ambiente seguro e sustentável”, segundo a BBC.
A partir desse momento entra em ação um grupo cristão de defesa da vida com uma movimentação, junto a órgão competentes para conseguir uma mediação entre os tribunais da Grã-Bretanha e a da Itália, a fim de possibilitar a continuação da vida do bebê Indi, em tratamento em um hospital do Vaticano. Trata-se o Hospital Bambino Gesù, em Roma.
Os pais de Gregory apelaram repetidamente para que a levassem a Roma para tratamento, depois de o tribunal superior de Inglaterra ter decidido que era do “melhor interesse” da criança ser retirado o aparelho de suporte vital. Em um esforço para salvar a vida de Gregory, o governo italiano decidiu, em uma reunião de emergência, conceder-lhe a cidadania italiana e cobrir os custos do seu tratamento médico no hospital pediátrico Bambino Gesù.
O cônsul italiano em Manchester, Matteo Corradini, na qualidade de juiz de tutela de Gregory, emitiu uma medida de emergência reconhecendo a autoridade dos tribunais italianos neste caso. A medida autoriza a adoção do plano de tratamento especializado do Bambino Gesù e assume a proteção de Gregory, nomeando o gerente geral do hospital italiano, Antonio Perno, como tutor da criança. A ordem autoriza sua transferência imediata para Bambino Gesù, informou a Christian Concern.
Perno apresentou ontem um pedido urgente ao tribunal superior do Reino Unido, pedindo ao juiz Peel que lhe cedesse a jurisdição do caso, nos termos do artigo 9.º da Convenção de Haia de 1996, da qual tanto o Reino Unido como a Itália são partes. O tratamento de Gregory no Bambino Gesù, será feito sem nenhum custo para os contribuintes do Reino Unido.
“Dizem que não há muita esperança para a pequena Indi, mas até o fim farei o que puder para defender sua vida e para defender o direito de sua mãe e seu pai de fazerem tudo o que puderem por ela”, escreveu a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, nas redes sociais após conceder a cidadania italiana a Gregory na segunda-feira.
Em resposta à decisão do governo italiano, o pai da bebê, Dean Gregory disse: “Meu coração se enche de alegria porque os italianos devolveram a Claire e a mim a esperança e a fé na humanidade. Os italianos nos mostraram carinho e apoio amoroso e gostaria que as autoridades do Reino Unido fizessem o mesmo”. (CF. ACIdigital 10 de nov. de 2023).