Chamados a escolher
Eleição é um ato de escolha. Como em toda escolha, exigem-se critérios para escolher. Os documentos da CNBB, para as Eleições (são vários já emitidos, desde que começaram as eleições diretas de nossos representantes nos Poderes Executivo e Legislativo), apresentam os critérios para escolha dos candidatos a todos os cargos disputados. Estes critérios, como não poderia deixar de ser, são elaborados a partir da proposta da Boa Nova do Reino de Deus, apresentada e testemunhada pelo Cristo, Filho de Deus.
Acompanhemos, então, ainda que brevemente a sequência de alguns destes critérios.
1º. O candidato tem que ter uma postura clara e explícita em relação à defesa e à promoção da dignidade da pessoa humana e da vida, particularmente da vida humana, desde a sua concepção até o seu final natural. Que saiba, portanto, colocar a pessoa humana, como centro e fundamento de todas as ações políticas empreendidas. Que tenha posições definidas contra todos os atentados à vida humana, como aborto, eutanásia, comércio de órgãos humanos, exploração sexual, trabalho escravo… Pessoalmente, lembro que os atentados contra a vida humana não são, apenas “problemas de saúde”, mas são problemas, sobretudo, ético-morais.
2º. Tenha, o candidato, posicionamento transparente contra a fraude eleitoral e assuma o compromisso efetivo de superá-la, de maneira efetiva, constante. E que não se sirva dela, nestas eleições nem tenha usado esta prática fraudulenta em eleições passadas.
3º. Que o candidato ostente, de modo inequívoco, honestidade pessoal, em toda a sua trajetória política, voltada para o bem comum da população que já serviu, em sua vida pública. Se o candidato declara que seu patrimônio econômico-financeiro conhecido, dobrou em menos de quatro anos de mandato, só com sua atividade política, parece-nos evidente, que este critério está em falta em sua vida.
4ª. Não basta que os candidatos anunciem belas promessas e bons propósitos, em tempo de campanha política. Mas, como eleitor (a), se confronte com campanhas anteriores e checar se soube honrar os compromissos assumidos publicamente.
5º. Prestar atenção quanto ao preparo do candidato para o cargo público que está pleiteando. Não bastam boas ideias e excelentes intenções. São necessárias: formação, capacitação e aptidão para gestor público. Não basta confiar, apenas, em quem o indica. É bom considerar atentamente quem são os financiadores das campanhas eleitorais e a maneira como são aplicadas estas somas.
6º. É importante, aliás, necessário, atentar para a origem política do candidato. Sua história. Se já foi gestor público, como se houve nesta função? Que propostas apresenta? São viáveis e exequíveis em nossa realidade sociocultural? Quais são as propostas básicas de seu partido?… Afinal, qual é o seu plano de governo? É viável e exequível?
7º. Enfim, a honestidade, a competência, a busca do bem comum, já mostradas nas funções e serviços prestados, em sua vida pública, onde utilizou sempre de transparência administrativa e financeira, são critérios indispensáveis para merecer um voto consciente e responsável.
É evidente que candidato perfeito não iremos encontrar. Todavia, se aplicarmos esses critérios, com responsabilidade crítica, vamos achar aquele candidato que se situa mais próximo desses critérios. E que não comprometa a vida das gerações futuras.
Como se vê, são critérios que podem ser aplicados no momento de fazer a escolha do novo Presidente da República, nesse IIº turno das Eleições de 2022. Nosso voto, como eleitor (a), pode contribuir para melhorar ou piorar a situação e condição humanas concretas de toda a população brasileira. Não deixa de ser uma grande responsabilidade. Vamos assumi-la, com maturidade e seriedade. Não é, bom indício de cidadania, se omitir.