Comunidade eclesial e amizade social
Na semana passada, apresentei algumas sugestões, em nível pessoal, que o Texto Base da CF2024 propõe para promover a Amizade social. Hoje, também me servindo deste mesmo Texto-Base, em seu nº 129, algumas sugestões em nível comunitário. Afinal, a amizade social é para melhorar a qualidade de nossos relacionamentos socioculturais. Promover e investir, de maneira […]
Na semana passada, apresentei algumas sugestões, em nível pessoal, que o Texto Base da CF2024 propõe para promover a Amizade social. Hoje, também me servindo deste mesmo Texto-Base, em seu nº 129, algumas sugestões em nível comunitário. Afinal, a amizade social é para melhorar a qualidade de nossos relacionamentos socioculturais.
Promover e investir, de maneira decidida, na mística, na espiritualidade de comunhão, em iniciativas de cultura do encontro. Tentando, desta forma, fugir do individualismo, dos fechamentos em si mesmo ou em grupos, nem sempre facilmente percebidos.
Alargar nossos círculos de atuação, em nossas pastorais, sobretudo, as de cunho sociocultural para além de nossas Igrejas, segundo a visão do Papa Francisco, sendo “Igreja em saída”. Ir, portanto, além do nosso âmbito do “manter o que temos e somos” e ir para onde os valores do Reino de Deus não são conhecidos e vividos. Claro que, com consciência que nós mesmos temos que apresentá-los pelo nosso estilo de vida.
Favorecer centros de escuta e formar pessoas de escutadores e escutadoras. Numa Sociedade e numa Cultura que privilegia o barulho, a agitação, não há muito espaço apropriado para alguém se dispor a escutar. Mesmo em ambientes familiares. É bom lembrar que a nossa Paróquia São Luis Gonzaga tem esse centro de escuta, onde atua a Pastoral da Escuta. Há pessoas treinadas, voluntárias que oferecem esse espaço de escuta. É só dirigir a Secretaria Paroquial e terá a orientação como acessá-lo.
Educar para o bom uso das redes sociais, como espaços de partilha fraterna e amorosa, de crescimento, de conhecimento e mútua cooperação e informação. Fazer um autocontrole rigoroso de jamais partilhar a atitude daqueles que escolheram o âmbito das redes sociais para ser um instrumento de disseminação do rancor, do ódio, do desamor, dos atentados contra a dignidade do ser humano, da exploração do outro… enfim ser um sinal virtual de promoção da maldade e do desamor.
“Investir esforços para que os espaços comunitários de comunhão e participação, mormente os conselhos diocesanos, paroquiais e comunitários de pastoral e de administração econômica sejam oportunidades reais de construção coletiva – em que cada um colabora como pode e renuncia a algo para acolher o que o outro oferece – e de aprendizagem da fraternidade e da amizade social”.
“Incentivar a participação ativa das famílias nas comunidades escolares para que estas, apoiadas pela comunidade, sejam espaços de convivência pacífica e do cultivo da cultura da proximidade”.
Capacitar pessoas, dentro das próprias comunidades eclesiais, “para enfrentar e responder aos discursos de ódio em suas atividades diárias, de forma a coibir concepções, práticas de discursos contrários a fraternidade e à amizade social dentro da própria Igreja”.
Fazer levantamento das pastorais, ONGs e outras instituições que promovem a solidariedade como caminho para construir a fraternidade e ampliar a socialização das experiências exitosas.
Aí estão algumas sugestões de atividades e inciativas da comunidade eclesial que podem ser bons instrumentos e veículos de promoção de gestos e atitudes que favoreçam a construção de relacionamento, alicerçados em valores que geram a presença e a atuação da amizade social. Existem outras possibilidades.
P. Adilson José Colombi scj, prof. de Filosofia.