Correntes de Oração?
Se você, caro leitor ou estimada leitora, for católico (a), certamente, já recebeu por e-mail ou WhatsApp alguma “corrente de oração”. Parece que se tornou um procedimento corriqueiro, ultimamente. Normalmente, solicitam que, além de cumpri-las à risca, o destinatário ainda tem a incumbência de enviar para um número exato de pessoas para todas serem agraciadas. […]
Se você, caro leitor ou estimada leitora, for católico (a), certamente, já recebeu por e-mail ou WhatsApp alguma “corrente de oração”. Parece que se tornou um procedimento corriqueiro, ultimamente. Normalmente, solicitam que, além de cumpri-las à risca, o destinatário ainda tem a incumbência de enviar para um número exato de pessoas para todas serem agraciadas. Também, tem prazo de envio estipulado para receber os benefícios prometidos para quem realizar tal atividade. Uma bênção é prometida e “livrar-se de castigo”, por que se deixar de enviar para outras pessoas, será penalizado.
O que fazer com essas correntes de oração? Penso que o primeiro passo, é cada um que as recebe, considerar se é, de fato, esse Deus que crê ou tem outra visão de Deus. Se for um Deus que faz “comércio” do tipo: você faz isso e eu lhe dou aquilo, como indicam essas correntes, não é bem o Deus de nossa fé. Esse não é o Deus que Jesus nos revelou com suas palavras e estilo de vida. Essas correntes de oração, portanto, veiculam e promovem uma imagem equivocado e supersticiosa de Deus. Esse não o Deus que Jesus chamou de Pai e que somos convidados a amar e a adorar.
É bom sempre recordar que Jesus não colocou condições no momento que convida seus discípulos para rezar. Aliás, foram os próprios discípulos que observando como Jesus rezava, pediram que também lhes ensinasse como rezar. Sem condição alguma, a não ser crer nele e seguir sua Proposta de Vida. Foi o que lhe propôs.
Também, pode-se aproveitar, desse momento, como um lembrete para não esquecer de rezar pelos outros. Porque, às vezes, até na hora de nossas preces, somos egoístas. Pensamos e rezamos nos colocando sempre como centro de nossas orações. Outras vezes, nossos familiares ou amigos. Pouquíssimas vezes nos lembramos de pôr também em nossas orações as necessidades dos que sofrem, os abandonados, os pobres, os enfermos, idosos, os que dão a sua vida pelo Evangelho…
É também um bom momento para repensar e buscar uma fé mais sólida, madura e coerente com a vida que testemunhamos com nosso estilo de vida. Portanto, não ser um canal a mais na propagação de uma imagem equivocada de Deus, errônea e supersticiosa. Por isso, o melhor caminho é apagar ou sendo mais explícito enviar para a “lixeira”, seu melhor lugar.
E o que vai acontecer com as ameaças e castigos que também vêm anexos à essas correntes de oração? Ignore e pronto! Se, de fato, isso fosse verdade, não estaria comentando esse fato nesse momento. Pode ficar tranquilo (a). Nada vai acontecer. Nosso Deus que escutamos ao ler a sua Palavra, seguimos e adoramos, é outro. É Pai, misericordioso, amoroso e bom. Só faz o bem a todos (as).