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Credibilidade do testemunho do juiz

Como sempre o Papa Francisco tem a palavra certo para o momento histórico que estamos vivendo, no mundo e também no Brasil. O Papa Francisco aproveitou o fato inédito, na História, a beatificação de um Juiz Mártir da fé para lembrar que na administração da justiça conta, sobretudo, o testemunho de credibilidade do próprio juiz. […]

Como sempre o Papa Francisco tem a palavra certo para o momento histórico que estamos vivendo, no mundo e também no Brasil. O Papa Francisco aproveitou o fato inédito, na História, a beatificação de um Juiz Mártir da fé para lembrar que na administração da justiça conta, sobretudo, o testemunho de credibilidade do próprio juiz. E, o Beato Rosario Livatino, juiz italiano morto pela Máfia em 1990. Aproveitou o momento ao receber ((O8/04/22) os membros do Conselho Superior da Magistratura no Vaticano, o papa desejou que “o beato Rosario Livatino, o primeiro juiz beato da história da Igreja, possa ser uma ajuda e um consolo para vocês”.

Francisco se serviu da ocasião para mostrar aos magistrados a linha de conduta do Juiz Mártir, ao dizer-lhes: “Na dialética entre o rigor e a coerência, por um lado, e a humanidade, por outro, Livatino havia traçado sua ideia de serviço na magistratura, pensando em mulheres e homens capazes de caminhar com a história e na sociedade, dentro da qual não só juízes, mas todos os agentes do pacto social são chamados a fazer seu trabalho de acordo com a justiça”.

E também acrescentou trazendo para a reflexão as próprias palavras do Juiz Mártir. Palavras que certamente calaram no íntimo dos ouvintes. Escutemos no que o Juiz acreditava: “quando morrermos, ninguém virá nos perguntar o quanto éramos crentes, mas quanta credibilidade tínhamos”. Livatino “foi morto quando tinha apenas trinta e oito anos de idade, deixando-nos a força de seu testemunho de credibilidade, mas também a clareza de uma ideia da Magistratura à qual devemos aspirar”.

Aqui, gostaria de salientar as palavras do Papa Francisco a respeito da administração da justiça. Palavras que, com certeza, valem para todos/as crentes ou não, quando somos chamados a nos servir da justiça, em nossos relacionamentos socioculturais. “A justiça deve sempre acompanhar a busca da paz, que pressupõe a verdade e a liberdade”, disse Francisco. “Que o sentido de justiça esteja alimentado pela solidariedade com os que são vítimas de injustiça, assim como pelo desejo de ver a realização de um reino de justiça e de paz”.

Por fim, Francisco disse que “a credibilidade do testemunho, o amor pela justiça, a autoridade, a independência de outros poderes constituídos e um leal pluralismo de posições são os antídotos para impedir que prevaleçam as influências políticas, as ineficácias e as várias desonestidades”.

Creio que essas palavras dirigidas aos Magistrados pelo Papa, nesse encontro, são oportunas para o momento histórico que estamos vivendo no nosso país. Repito, servem para todos nós, todavia, são dirigidas especialmente à Magistratura. Pessoalmente, vejo que são oportunas, para sérias reflexões e meditações para alguns, ao menos, dos que estão prestando os serviços da administração da justiça, particularmente, os que fazem parte de Cortes Supremas.