Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - [email protected]

Desafios do contexto atual

Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - [email protected]

Desafios do contexto atual

Pe. Adilson José Colombi

Creio que, entre os principais desafios do contexto atual da realidade sociocultural brasileira, está a impunidade. Não resta a menor dúvida que é um dos grandes desafios do próximo governo da República e do Congresso Nacional. E não pode ser mais ignorado ou, apenas, fazer alguns “remendos” para “apagar” algumas reações em dadas situações.

É preciso recuperar nossa legislação. Nós sempre ouvimos dos legisladores e de outros que as nossas leis até são boas, mas difíceis de aplicar. Com isso, vivemos num ambiente sociocultural que respira ares sempre mais evidentes de impunidade. Personagens do mensalão e do petrolão, assaltantes dos cofres públicos, violadores do sigilo de adversários políticos, flagrados com a mão na massa, continuam soltos ou são soltos, vivendo fartamente, a confirmar a sensação reinante de que estamos “num país da impunidade” e da desobediência explícita à legislação vigente.

Assistimos com espanto o poder do crime organizado quase “dobrando” o poder público, com sua impressionante organização e capacidade de ação violenta e destrutiva. É um verdadeiro império da violência que promove ondas de terror. É um estado invisível dentro do Estado, com sua legislação própria. E, pouco a pouco, não tem mais escrúpulos nem medo de mostrar sua cara. E também não é de estranhar que certa parcela da população até nutre certa simpatia pela bandidagem.

Como se vê a impunidade de uns e de outros causa a sensação que “tudo é válido”, “que não há limites”. E se for pego, nada acontecerá. Infelizmente, se propagou entre nós a cultura do “faz de conta” ou o já renomado “jeitinho” na aplicação das leis, para certas categorias de cidadãos (ãs).

Sob esse ambiente, envolvido pela ilegalidade e impunidade, nasce, cresce o poder invisível do crime organizado que controla e alimenta a corrupção, em todos os níveis do tecido social inclusive na instância política. Já, no tempo do Império Romano, se dizia que a impunidade suscita, estimula a delinquência. Os latinos tinham e têm plena razão até hoje. E a máxima continua valendo.

Desta forma, cria-se um ambiente de insegurança, de desesperança, de desgaste emocional, de insensibilidade social, enfim, de decepção e de descrédito com as autoridades, perdendo-se o respeito e a devida consideração com elas. E, sobretudo, evapora-se o respeito e o cumprimento das leis vigentes, pondo em perigo até mesmo a convivência social democrática

Cremos que o momento das Eleições 2022 para Presidente da República e para os outros níveis de poder, seja o momento aprazado para discutir e exigir dos candidatos um possível caminho para, senão acabar, pelo menos minimizar ao máximo a impunidade reinante. Mas, um caminho viável e exequível. E vamos, como eleitores (as) analisar as propostas e somar os pontos com outras metas de governo do candidato para dar-lhe nosso voto. É preciso saber valorizar o nosso voto.

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