Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - [email protected]

Eleições e Fake News

Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - [email protected]

Eleições e Fake News

Pe. Adilson José Colombi

O período de eleições sempre é tempo propício e terreno fértil para a dissiminação das chamadas “fake news” ou notícias falsas. Por isso é sempre bom ficar atento ao que se escuta, lê, vê e recebe, sobretudo, via meios de comunicação personalizados. É necessário peneirar, filtrar com cuidado para não ser malinformado, por pessoas ou grupos que parecem ter como “emprego” espalhar essas notícias. Certamente, com quase toda a certeza, tem algum motivo pessoal ou grupal para assumir essa postura. Outros, porém, são fáceis “instrumentos úteis” para prestar esse desserviço aos outros e à comunidade. Toda atenção é necessária para não ser “pescado” ou “fisgado”, sobretudo, nas redes sociais para prestar esse triste papel, na sociedade. Pior ainda, auxiliar no fomento da Cultura da Fake News tão nefasta para a contrução da justiça, da paz e da fraternidade.

Alguém pode dizer essa Cultura das Fake News sempre existiu. Sim, é verdade. Com efeito, a falsidade sempre acompanhou o ser humano, homem ou mulher. Todavia, não havia todo o aparato tecnológico que temos a disposição, hoje. E, também, eram mais pontuais. Em nossa Cultura Contemporânea, pós-moderna, tomaram outra feição e percebeu-se a capacidade de influenciar na mente de tantas pessoas, inclusive, transformando a realidade concreta afetada por essas fake news. Daí, a sua busca e dissiminação, alimentando, dessa forma, a fome de poder, de ter, de competir, de destruir para subjugar, de lucrar, de vencer a qualquer custo…

Nesse tempo de pandemia e, inclusive, pelo distanciamento social e até isolamento, muitas pessoas que não tinham ou tinham pouco acesso a internete, começaram a se interessar por ela. E iniciaram sua ou reforçaram a presença nas redes sociais. Com isso, se candidataram a serem vítimas ou até ser propagadores ou instrumentos úteis dos oportunistas desta Cultura das Fake News. Todos os dias notícias, depoimentos, vídeos, entrevistas, documentários sem procedência explícita são veiculados e nem sempre é fácil ter certeza de sua veracidade ou de buscar o comprovante dela. Por isso, na dúvida, jamais passe adiante ou encaminhe, para não favorecer ainda mais a cultura das Fake News.

Infelizmente, sobretudo, no campo da política criou-se também uma Cultura da Bipolarização ou da Polaridade. Traduzindo, tudo passa pelo jargão do: “da direita ou da esquerda”, “moderno ou tradicional”, “liberal ou conservador”, “do nós e eles”… etc. Fechou-se, praticamente, o caminho do diálogo, da comunicação, do possível consenso. Estabeleceu-se o conflito permanente, o confronto, “quem dá o grito mais alto” ou “quem consegue ‘calar outro’ deturpando suas deficiências ou palavras ou gestos”… Por isso desconfie de todos o conteúdos que circulam nas redes sociais que são extremistas e com informações difíceis de checar ou muito vagas, fora de contexto ou sem data e sem fonte. Não leia só o título que normalmente é bem chamativo ou feito para causar impacto, olhe e avalie, sobretudo, o conjunto do que é dito, como é escrito com erros de linguagem ou não, às vezes para dar aparência de linguagem popular ou simplicidade, etc…

Todo cuidado é pouco. Pois, tem pessoas pagas ou treinadas, principalmente, em tempo de eleições para reforçar o poder dessa Cultura da Fake News. A intenção, certamente, não está na vontade e no serviço de trabalhar pelo bem comum de toda a população, mas de servir a pessoas, grupos ou partidos que têm a fome de poder para dominar e immpor seu “modus vivendi”, a fim de lucrar de alguma maneira.

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