Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - [email protected]

Experiência de igreja doméstica

Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - [email protected]

Experiência de igreja doméstica

Pe. Adilson José Colombi

Certamente muitos cristãos católicos já ouviram falar de “Igreja Doméstica” muitas e muitas vezes, em homilias, retiros, encontros, grupos bíblicos…. Jamais ou poucas vezes deram a devida atenção ou fizeram a sua experiência familiar. Deixaram de viver o que aprenderam na catequese em geral e, em especial, na batismal, na preparação e celebração do Batismo. Lá, escutaram que o Batismo, por sua própria essência nos faz todos “sacerdotes, reis/rainhas e profetas”. Essa verdade não é um enfeite na vida batismal. Nossa missão como batizados/as, é exercitar efetivamente esse modo de viver o Batismo. Tudo isso é ainda confirmado na celebração e vivência do Sacramento da Crisma, pelo dom Espírito Santo.

Se essa espiritualidade batismal vale para todo cristão/ã católico/a, muito mais serve para a missão do casal que celebrou e está vivendo o Sacramento do Matrimônio. O Matrimônio os habilita a exercerem o chamado múnus (função, missão) do sacerdócio comum dos fiéis a todos os batizados/as com mais propriedade ainda. Esse múnus concede ao casal o exercício do sacerdócio não ministerial, do reinado, da profecia, no âmbito familiar.

Ser sacerdote torna o esposo/pai e esposa/mãe aptos a presidir as orações, as celebrações e outros atos de piedade que promovam a espiritualidade conjugal e familiar. Os pais são os primeiros catequistas de seus filhos e filhas. A Comunidade cristã pode e dá suporte para essa catequese. Não há possibilidade de terceirizar esse múnus, a não ser em caso de impossibilidade não vencível pelos primeiros catequistas. A Comunidade fará sempre um trabalho catequético supletivo e de reforço.

Ser rei torna o casal deputado a ser mentor e gestor dos rumos de seu lar, assegurando a vida do mesmo com os valores da Proposta da Boa Nova do Reino, trazida por Jesus da parte do Pai. Proposta de libertação, de salvação e redenção. Tarefa, de modo particular árdua e difícil, porque todos nós, hoje, vivemos numa sociedade e cultura profundamente paganizadas, secularizadas, frequentemente hostil a tudo o que se refere a Religião e, no Ocidente, à visão e perspectivas cristãs. São promotoras de valores iluministas e positivistas, visivelmente contrários à vida e à espiritualidade cristã.

Ser profeta, nada tem a ver com previsão de futuro, neste contexto. É ser mensageiro/a da Boa Nova do Reino. Anunciar a verdade, trazida por Jesus. Em outras palavras, anunciá-lo, pois ele mesmo se proclamou como: Caminho, Verdade e Vida. Não há outro caminho para chegar ao Pai, Senhor da Vida e da História.

Nesse tempo de isolamento social, muitos pais e muitas famílias tiveram a ocasião de fazer a experiência efetiva da vida de Igreja Doméstica. Tomara que a experiência vivida tenha continuidade garantida, na vida da família, para sua própria edificação, segundo o Plano de Deus. Certamente, reverterá em benefício para a Comunidade cristã.

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