Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - [email protected]

A festa na vida humana

Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - [email protected]

A festa na vida humana

Pe. Adilson José Colombi

Desde que o ser humano iniciou a sua vida, neste Planeta, começou a construir a sua cultura. A cultura é o conjunto de todas as suas criações e invenções, a partir do que tinha a sua disposição, oferecido pelo meio ambiente que o circundava. Foi se servindo de suas capacidades e dons para criar os vários objetos que formam parte do conjunto de toda a cultura humana. Além desses objetos materiais, foi agregando os elementos imateriais ou não-materiais. Estes são as crenças, lendas, mitos… Estes vão se materializando em imagens, estátuas, lugares sagrados, templos, ritos, cultos, cânticos, danças, festas de famílias, tribos, povos, etc. etc..

Criações materiais e criações não-materiais ou imateriais. Tudo se torna um patrimônio cultural da Humanidade. Muitas dessas criações e invenções foram preservadas ao longo da história. Outras, desapareceram ou restaram alguns indícios. Tudo é acrescido com os produtos da sabedoria popular, de rudimentos científicos, como chás… Nascem também sistemas filosóficos, políticos, financeiros-econômicos…

Nesse rico e imenso patrimônio cultural da Humanidade, sem dúvida, tem um lugar significativo e de destaque a festa, com todos os seus matizes. Normalmente, as festas, dentro da vida das pessoas e das comunidades, têm uma função recreativa, lúdica e a função religiosa ou espiritual. Todas, não importam os matizes diferenciados, manifestam, de certa forma, o que as pessoas e as comunidades sentem em si e querem manifestar, externar em algo papável, visível, existencial com suas características e valores próprios.

A festa, na vida pessoal e sociocultural, é uma forma simbólica de expressão e manifestação dos mais variados valores da pessoa humana, das sociedade e culturas. A festa é, portanto, uma mediação poderosa de comunicação interpessoal e intersocial. A festa traduz, em parte, o estilo de vida de pessoas e de povos.

Não resta a menor dúvida, que nós brusquenses, homens e mulheres, temos no DNA o “gene da festa”. Achamos quase sempre uma razão, um motivo para a festa. Até o “sem motivo”, é uma motivação ou ocasião para uma festa, em família ou com grupos. Faz parte de nossa psicologia social. Talvez seja, uma das maiores privações para alguns (as) brusquenses, nesse tempo de pandemia. Daí tantas transgressões às normas estabelecidas. Observadas em festas clandestinas ou sítios rurais, pela região. Evidente que não justificam, mas explicam. Também, podem ser, em parte, a causa de agressões em família, aos idosos, às mulheres e às crianças. Claro que não é generalizado tal procedimento. Com toda probabilidade, já havia antes da pandemia, talvez se tenha agravado um pouco mais.

É bom registrar que não é prerrogativa só dos brusquenses, pois, de modo geral, é parte integrante da própria índole do povo brasileiro. Por isso somos conhecidos, no mundo, como um povo festivo. Povo que cultiva a festa. Em algumas regiões e culturas mais, outras menos, mas é uma realidade generalizada. Todavia, nossa região tem um toque todo especial e característico que é nossa “marca registrada”.

A festa, sem dúvida, manifesta um tipo de Cultura. Mas é, sobretudo, um estilo de vida sociocultural ou, simplesmente, de vida humana.

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