Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - [email protected]

Frattelli Tutti: A Política do Bem Comum

Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - [email protected]

Frattelli Tutti: A Política do Bem Comum

Pe. Adilson José Colombi

Diante do fenômeno da globalização, além da Política da Inclusão, propõe a Política do Bem Comum. A verdadeira Política é aquela que propõe e opera em favor do bem comum, sem exceções. Por isso, a pessoa humana sempre terá que ser a protagonista. A melhor política não está submetida à economia. Pelo contrário, é a política que deve ter uma visão ampla para que a economia seja integrada em um projeto político, social, cultural e popular que tenda ao bem comum (cf. n. 177 e 17).

Fraternidade e amizade social não são utopias abstratas. Exigem decisão e a capacidade de encontrar caminhos que assegurem a sua real possibilidade, envolvendo também as Ciências Sociais. E esse é um “exercício alto da caridade” (n. 180). O amor, portanto, se expressa não só em relações face a face, mas também nas relações sociais, econômicas e políticas, buscando construir comunidades nos diversos níveis da vida social.

Trata-se daquilo que o Papa Francisco chama de amor social (cf. n. 186). Essa caridade política pressupõe o amadurecimento de um senso social em virtude do qual “cada um é plenamente pessoa quando pertence a um povo e, vice-versa, não há um verdadeiro povo sem referência ao rosto de cada pessoa” (n. 182). Em suma: povo e pessoa são termos correlatos.

O amor social e a caridade política expressam-se também na plena abertura ao debate e ao diálogo com todos, até mesmo com os adversários políticos, pelo bem comum, para tornar possível a convergência pelo menos sobre alguns temas. Não é preciso temer o conflito gerado pelas diferenças, até porque “a uniformidade gera asfixia e neutraliza-nos culturalmente” (n. 191).

E é possível viver isso se o político não deixar de se considerar um ser humano, chamado a viver o amor nas suas relações interpessoais cotidianas (cf. n. 193) e se souber viver, sim, a ternura. Esse vínculo entre política e ternura parece inédito, mas é realmente eficaz, porque a ternura é “o amor que se torna próximo e concreto” (n. 194). Em meio à atividade política, os mais frágeis devem provocar ternura e têm o “‘direito’ de arrebatar a nossa alma, o nosso coração” (ibid.), diz o Papa. E ele nos dá o exemplo pelos seus gestos e atitudes para com os mais pobres e frágeis.

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