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Halloween: Excrescência cultural

Halloween, palavra inglesa que está ligada à comemoração de evento celebrado, todos os anos, no dia 31 de outubro. É a junção de tradição do povo celta que habitava parte da Grã-Bretanha, particularmente, a Irlanda, com a tradição cristã da Festa de Todos os Santos, celebrada no dia 1º de novembro. O próprio nome já […]

Halloween, palavra inglesa que está ligada à comemoração de evento celebrado, todos os anos, no dia 31 de outubro. É a junção de tradição do povo celta que habitava parte da Grã-Bretanha, particularmente, a Irlanda, com a tradição cristã da Festa de Todos os Santos, celebrada no dia 1º de novembro. O próprio nome já denota essa ligação: “Halloween” que significa “Véspera de Todos os Santos”.

A Festa de Todos os Santos, em 1º de novembro, era, na Idade Média, solenemente celebrada e também tinha aura acentuadamente sagrada e profundamente positiva, alegre, festivamente comemorada. Os celtas temiam que esta Celebração de Todos os Santos pudesse desencadear reação adversa dos espíritos maus e fantasmas, crenças vivas e muito difundidas em sua tradição cultural. Halloween nasce, então, como preocupação, onde a Solenidade de Todos os Santos, cercada e protegida por figuras estranhas e bizarras (daí as máscaras), terá o objetivo de afastar a influência que ameaçariam suas colheitas.

Na Idade Média, era comum celebrar os opostos, os contrários que configuravam, de certo modo, o seu mundo cultural, por meio de oposições simbólicas que caracterizariam alternância de elementos centrais da vida pessoal, comunitária, social.

Tal atitude está presente, por exemplo, no Carnaval. Na terça-feira que antecedia a Quarta Feira de Cinzas havia explosão de alegria descontraída, com danças, comida, bebida…. Contrastava, portanto, com o Ritual das Cinzas, início da Quaresma, tempo fechado às alegrias expansivas, de penitência, de jejuns e abstinências. Halloween também se enquadra nessa perspectiva medieval, onde por meio de figuras simbólicas protetoras, caracterizando a possível reação perigosa dos maus espíritos, causando danos aos seres humanos, porque incomodados com os alegres festejos da Comemoração de Todos os Santos.

Essa relação com os maus espíritos fez com que Halloween fosse logo associado à figura de bruxas e feiticeiras, personagens muito temidas na Idade Média. Segundo crenças correntes, estas, no exercício de suas bruxarias, poderiam até influenciar os mortos. E, por isso, foram severa e sistematicamente castigadas pela Inquisição Medieval. Talvez, por esta razão, aqui no Brasil a comemoração de Halloween é denominada de “Dia das Bruxas”.

Com a imigração dos ingleses, mormente os irlandeses, para a América do Norte, entre as muitas tradições trazidas para o Novo Mundo, conservaram também a celebração de Halloween. Desta forma, esta festa popular migrou para o nosso Continente.

Recentemente, também, no Brasil está se disseminando essa Comemoração de Halloween, sob o nome de “Dia das Bruxas”. Sem dúvida, é algo completamente estranho a nossa cultura, mas vem sistematicamente proposto por meio de shoppings, clubes, casas noturnas… Mais estranho ainda é que, em muitas escolas brasileiras, seja sua presença impulsionada e até incentivada. Como se nota, Halloween é festa, além de completamente estranha a nossa tradição cultural, é também carregada de elementos pagãos e anticristãos.

Provavelmente, os que acatam e até, dela participam, não examinaram seu conteúdo histórico, ético-moral, religioso, nem seu possível efeito maléfico em valores da nossa tradição cultural. Por isso, pode ser considerada, esta comemoração do Halloween, uma excrescência cultural dentro de nossa tradição cultural.