Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - [email protected]

Junho festivo

Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - [email protected]

Junho festivo

Pe. Adilson José Colombi

Junho, em nossa Cultura brasileira, firmou-se como um mês festivo. Começou nos pátios ou adros das igrejas, nas festas dos padroeiros das igrejas e comunidades cristãs católicas. Junho é o mês que se celebram as memórias dos Santos mais populares. Santo Antônio de Pádua ou Santo Antônio de Lisboa (dia 13 de junho). Para os italianos, é denominado, por eles, “de Pádua”, porque foi lá que viveu boa parte de sua vida. Lá, também, fez suas célebres pregações e seus milagres em vida. Lá, também, está seu Santuário mais famoso. Já, os portugueses, consideram-no “de Lisboa”. Com razão, pois ele, de fato, nasceu em Lisboa. Mas, viveu sua vida quase sempre fora de Portugal.

Outro Santo que também se tornou muito popular, no Brasil, é São João Batista (24 de junho), primo de Jesus de Nazaré, nascido na Galileia. Filho de Isabel e Zacarias, duas pessoas idosas. Mas, por graça particular de Deus, embora Isabel fosse estéril e idosa, concebeu João, como relata o evangelista Lucas, no seu Evangelho. Decapitado por um carrasco de Herodes, a pedido de sua enteada, filha da esposa de seu irmão, que Herodes tomou para si, como companheira. A cabeça de João Batista foi trazida à enteada, que, por sua vez, entregou-a a Herodes, num prato, durante sua festa de aniversário com toda a Corte e convidados. Toda a trama foi arquitetada por Herodíades, companheira de Herodes, ex-esposa de seu irmão.

Por fim, São Pedro, dia 29 de junho, festejado junto com São Paulo. Pedro chamava-se Simão. Jesus, porém, trocou-lhe o nome por Pedro. Nome relacionado a pedra, rocha. Jesus quis simbolizar com nome a missão que iria receber, no futuro: ficar em seu lugar para liderar o grupo dos Discípulos, escolhido pelo próprio Jesus, e ser ponto de união entre eles e conduzir a Igreja, em nome de Jesus. Jesus entregou os mesmos poderes que ele tinha a Pedro e aos outros Discípulos. Pedro, porém, colocou-o como “primus inter pares” (primeiro entre os iguais).

Esses três Santos motivaram as Chamadas “Festas Juninas”. Começaram com as celebrações das “Novenas” (Nove dias de orações e celebrações em preparação da “Festa do Padroeiro” da Igreja da Comunidade). Após à celebração havia sempre uma “Quermesse”, com “comes e bebes” típicos de cada Região. Contudo, algumas comemorações se tornaram comuns, lembrando o Santo festejado. Por exemplos, lembrando Santo Antônio, casamentos, namorados, … São João, lembrando que ele trouxe muita alegria nas famílias pelo seu nascimento, daí bandeirolas, cânticos, danças, comidas…. São Pedro, lembrando-o como pescador, barcos, procissões marítimas ou por rios, etc.,

A partir dessas quermesses, a criatividade e inventividade foram agregando sempre mais elementos festivos, ao longo dos anos. Dessa forma, foram se consolidando belas e divertidas festividades ao longo de quase todo o mês de junho. Em algumas Regiões estenderam-se pelo mês de julho. Foram tomando conta de boa parte dos folguedos do meio do ano. Começaram a entrar nas escolas, clubes, praças das cidades, espaços que favoreciam ajuntamento do povo. Deixaram de ser, apenas, ligadas às Igrejas de origem e se tornaram comemorações culturais, cada Região do Brasil com sua marca própria, com grande participação do povo. Festas bem populares.

Com o tempo, tornaram-se fonte de recursos para Grupos variados, apelo ao turismo regional, até “palanque” de políticos, ávidos de oportunidades para conquistar votos. Todavia, são um traço cultural bem brasileiro e que encanta muitos estrangeiros.

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