Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - [email protected]

O belo e a espiritualidade

Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - [email protected]

O belo e a espiritualidade

Pe. Adilson José Colombi

A Igreja Católica sempre presou e incentivou a beleza que se manifesta de diversas maneiras. O ser humano ama o que é belo. E, tenta expressá-lo por meio da Arte, em suas várias manifestações. Os acervos artísticos da Igreja são um grande patrimônio da humanidade. A arte é uma linguagem que quase todo ser humano entende. A arte sempre esteve relacionada à vida da Igreja. Sobretudo, como expressão da espiritualidade que brota da Palavra de Deus. De modo especial, sempre esteve unida aos lugares sagrados, próprios para celebração da fé da Comunidade Cristã. A nossa Matriz São Luis Gonzaga, sem dúvida, é um belo exemplar desse patrimônio artístico da humanidade e dessa relação íntima entre o belo, a beleza e a espiritualidade. A Matriz é uma catequese, feita por meio da Arte, auxiliando a liturgia e a pastoral.

Talvez, a praticidade nas celebrações litúrgicas, em nossa Matriz São Luis Gonzaga, deixa a desejar. Mas, a riqueza teológica, pastoral e litúrgica de sua concepção ninguém pode negar. Isto tentei apresentar ao longo dessa série de artigos, aqui publicados. Embora seu projeto arquitetônico já tenha ultrapassado mais de meio século de vida, sua mensagem eclesial continua muito atual. Com efeito, apresenta-nos, artisticamente, por meio de símbolos que Cristo permanece sendo o Caminho, a Verdade e a Vida “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida” (Jo14,6). E quem quiser ser meu discípulo é convidado a viver em uma comunidade de fé, de esperança e de amor-caridade. A Igreja é o prolongamento de Cristo, no tempo e no espaço.

E, também, como monumento histórico e artístico, ninguém deixará de apreciar sua originalidade e imponência. Ao mesmo tempo, sua simplicidade. A igreja Matriz São Luis Gonzaga é uma das notas características do Município e da Cidade de Brusque. Alguém duvida? É, portanto, seu cartão postal por excelência.

Embora a proprietária, de fato, seja a Igreja Católica, hoje, como obra de arte, quase pode ser considerada como “propriedade” da comunidade brusquense. Ficaríamos impressionados se tivéssemos a possibilidade de averiguar, exatamente, o que a Matriz já rendeu para Brusque. Não estou pensando, apenas, nos benefícios espirituais e humanos. Não! Estou lembrando o tanto de pessoas que vêm a Brusque para admirar esta obra de arte e, aqui, deixam seus reais, pesos, euros, dólares… E isso não para os católicos, apenas. Aliás, tenho impressão que mais lucra são aqueles que pouco ou nunca a frequentam ou somente esporadicamente. Claro que em ocasiões especiais (Festa de São Luis, por exemplo) alguns dão suas ofertas.

Como brusquense, posso dizer que admiro os que tiveram a coragem de construir esta bela obra de arte. Se foi o melhor projeto, em termos de praticidade litúrgica, é outra história. Mas que suas linhas arquitetônicas e sua concepção teológico-pastoral-litúrgica são admiráveis para a época (década de 50 do século passado) em que foi engendrado o projeto, não dá para negar. Por isso, seria excelente que fosse preservada sempre a concepção original do projeto, tanto em termos de estética como sua visão teológico-pastoral-litúrgica.

Como se depreende dessas considerações feitas a respeito de nossa Matriz São Luis Gonzaga, sem grandes pretensões, procurei resgatara concepção histórica dessa grandiosa construção de nossa Comunidade. Creio que, nesta celebração do jubileu de 150 anos de nossa paróquia São Luis Gonzaga, valorizar a beleza que servia a espiritualidade de tanta gente, também sermos gratos aos que nos legaram essa extraordinária obra de arte, junto com seu testemunho de fé e amor à Igreja.

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