Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - [email protected]

O caminho de Jesus

Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - [email protected]

O caminho de Jesus

Pe. Adilson José Colombi

Caminho é uma palavra conhecida e empregada pela grande maioria das pessoas. Creio que seja em todos os idiomas. Não só em nosso português. Todavia, essa palavra é usada com vários sentidos ou significações. Caminho pode designar a estrada que se usa para andar, mas também a medida, o modo como se faz alguma coisa, procedimento, medida, o meio, a via, o método (a palavra método vem do grego methodos – hodos = caminho + metha = para alcançar algo). Tem seu significado simbólico, por exemplo, a conduta, o estilo de vida, a maneira de ser e de viver, o comportamento do ser humano.

A Bíblia se serve com frequência da palavra caminho. Os profetas, os salmos, escritos sapienciais, enfim, é uma expressão empregada por quase todos os livros bíblicos. Aceno, apenas, à entrega das Tábuas da Lei com os Dez Mandamentos, o grande caminho a seguir proposto por Deus ao Povo Eleito. Caminho que continua valendo em nossos dias. Não só na Antiga Aliança ou Antigo Testamento, mas também na Nova Aliança ou Novo Testamento. Aqui também, só lembro o Sermão da Montanha em que Jesus faz a apresentação das Bem-Aventuranças, a Nova Lei proposta como caminho ao Novo Povo de Deus.

E o próprio Jesus se apresenta como o Caminho (Jo, 14,6 “Eu sou o Caminho… ninguém vem ao Pai senão por mim”). Jesus, então, tem consciência que veio trazer, da parte do Pai, um novo Caminho, isto é, um novo modo de pensar e de viver. O estilo de vida diferenciado dos demais existentes. Por isso, as primeiras Comunidades que seguiam a proposta de Jesus Vivo e Ressuscitado, eram denominadas de as “Comunidades que viviam o Caminho”. Só mais tarde em Antioquia foram chamados de “cristãos”. O Cristianismo era visto e tido, como “O Caminho”.

De fato, quem lê com atenção os Evangelhos percebe essa dimensão de caminho que os autores lhe dão. Caminho do seguidor/a ou de discípulo/a do Mestre Jesus. Talvez o mais explicito neste aspecto é o evangelista Lucas. Ele tenta descrever, com intenção evidentemente catequética, não como repórter ou comentarista da mídia, o caminho de Jesus desde o início na Galileia até a cidade de Jerusalém. Para Lucas, Jesus é essencialmente um caminhante: “É necessário, todavia, que eu caminhe hoje, amanhã e depois de amanhã” (Lc 13,33). No Jesus caminhante, peregrino, o próprio Deus chega até as pessoas, junto chega também a proposta de libertação e de salvação desse Deus misericordioso e bondoso.

Se quisermos estar com Jesus, se quisermos segui-lo somos convidados a tomar o caminho que ele propôs como estilo de vida para seus discípulos/as. Não prometeu um caminho cômodo, tranquilo, sem obstáculos. Nada disso. Foi muito sincero, franco e verdadeiro, sem duplicidade… Foi muito explícito e claro: “Se alguém me quer seguir, renuncie-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me” Mc 9, 34)”. Só tem um diferencial de outros caminhos: encontra-se a paz, a alegria de viver, a felicidade, aqui na terra e na eternidade. Não há outro caminho para chegar ao Pai (Cfr. Jo 14, 6).

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