Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - [email protected]

O caminho

Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - [email protected]

O caminho

Pe. Adilson José Colombi

Desde criança, quando ensaiamos os primeiros passos, percebemos que andar com segurança, a melhor e a mais adequada maneira para caminhar, é permanecer no âmbito de um caminho. Caminho que não é necessário que seja traçado, em todos os seus detalhes. Muitas vezes não passa de um projeto de vida, com indicações fundamentais para não se desviar do rumo, isto é, do caminho a seguir para efetivá-lo.

Fora dele, pode ser interessante, divertido e fascinante. Todavia, logo vamos perceber que é sempre mais adequado seguir um caminho, embora em algumas circunstâncias da vida somos colocados diante de situações que exigem outra alternativa. Aí, entra a reflexão, a capacidade de criatividade e, certamente, a ajuda e até amparo de pessoas mais experientes e conhecedoras da realidade.

Nossa vida pessoal, vida familiar e comunitária têm uma história. História equivale dizer percorrer um caminho que se inicia com o nascimento e tem seu término, neste mundo, no dia da nossa morte. Esse é o caminho que ninguém escapa de viver e experimentar. Ninguém pode viver essa experiência em meu lugar ou em meu nome. É um caminhar estritamente pessoal, impossível, portanto, terceirizar.

A Bíblia está repleta de histórias de vida. Lembro, apenas, de Abraão que recebe a indicação de Deus “sai da tua terra e vai…”. Tem um rumo a seguir (caminho, como projeto) e vai com criatividade e sabedoria construí-lo. Da mesma forma, o povo de Israel tem um caminho (projeto) a construir. É construído na medida que é percorrido. Sabemos de todas as peripécias e dificuldades em sua construção. Um exemplo pessoal e outro comunitário só para como nós também somos vocacionados a construir nossa história, portanto, a fazer o nosso caminho.

Nesse caminho, podemos nos servir de exemplos de pessoas e comunidades que nos apresentam um belo modelo até de vida. Jamais, devemos imitar. Quando falo em “imitar”, estou tentando comunicar que nunca não há lugar para uma “reprodução” ou “cópia” ou algo semelhante do modelo de vida (história/caminho) vivido por outro. Jamais. Se tentarmos, provavelmente, vamos desistir, pois, jamais conseguiremos reproduzir da mesma maneira. Somos um, somos uma “obra prima da Criação” (para quem crê), uma individualidade indivisível e inimitável. O máximo que podemos fazer e em certos momentos até é necessário, seguir (não é imitar) o exemplo, naquilo que posso adequar em nossa vida, sem perder nossa identidade fundamental.

Para quem tenta viver a fé cristã e, portanto, quer ser discípulo ou discípula de Jesus, somos chamados a fazer o nosso caminho com ele. Ele foi muito explícito ao dizer: “Se alguém me se quer seguir, renuncie-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me” (Mc 8,34). Só nessa breve passagem bíblica, Jesus fala duas vezes em “seguir”, não fala em imitá-los. Ele sabe que jamais conseguiríamos imitá-lo. Apresenta-nos um “caminho” a seguir.

Ele mostrou como é possível vivê-lo e quais são os marcos (os sinais de trânsito a seguir) para caminhar com segurança e com sabedoria para construí-lo de maneira que seja uma realização de vida. Caminho que tem suas exigências, algumas bastante duras e dificultosas, mas ele prometeu que estaria conosco, nessa caminhada. Jamais nos deixaria sós, sem sua presença e seu auxílio, principalmente, nos momentos mais críticos da história pessoal, familiar e comunitária.

Só pediu que acreditássemos em sua Pessoa e sua Palavra que dá vida e vida em abundância. Vamos tentar fazer a nossa parte, ele, sem dúvida, vai fazer a dele.

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