Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - [email protected]

O cozinheiro de Pedro, o primeiro Papa

Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - [email protected]

O cozinheiro de Pedro, o primeiro Papa

Pe. Adilson José Colombi

Estamos vivendo o tempo pós-Páscoa. Os evangelistas, esses escritores sagrados, que contam alguns fatos da vida de Jesus, narram também episódios ocorridos após a sua Morte e sua Ressurreição. João evangelista, um dos Apóstolos, que acompanhou, bem de perto, tudo o que ocorreu, nos últimos momentos da vida de Jesus, também conta o que aconteceu depois de sua Ressurreição.

João evangelista conta, por exemplo, que Pedro e alguns colegas seus, também Apóstolos, depois da Ressurreição de Jesus foram pescar. Portanto, voltaram a seu trabalho que faziam antes de serem chamados a seguir Jesus, como seu Mestre. Todavia, naquela noite, nada pescaram. Estavam voltando, já de manhã, com a barca sem nada, sem peixe. Chegando perto da margem viram “alguém” na margem do mar de Tiberíades, onde sempre pescavam. Mas, não sabiam quem era esse “alguém”.

Esse “alguém” perguntou se eles tinham algo para comer. Responderam que não.

De fato, nada pescaram, apesar de terem tentado a noite inteira. Então, disse-lhes: “lançai as redes ao lado direito da barca”. Nada comentaram e obedeceram às suas palavras e pescaram grande quantidade de peixes que quase as redes se romperam. Naquele momento, João (o mesmo que relata o fato) disse a Pedro que ele era o “Senhor”. Pedro pulou no mar para ir com o “Senhor”. Então, todos reconheceram que era o “Senhor”. Isto é, aquele com quem partilharam a vida por quase três anos e que o tinham visto sendo preso, crucificado e foi sepultado… e agora estava lá na praia, vivo e falando com eles.

João evangelista (leia Jo 21,1-24) conta que Jesus era aquele “Senhor” que estava na praia esperando-os. Mais ainda, já tinha preparado, num fogo improvisado, peixe assado e pão. Todavia, pede que tragam também alguns dos seus peixes para misturá-los com os seus. Assim, Jesus Ressuscitado se colocou na condição de cozinheiro de Pedro e de seus colegas de pesca. Jesus quis dar o exemplo a Pedro e aos seus colegas Apóstolos que não importa qual seja o serviço, mas que o serviço é o fundamental para quem ser seu discípulo.

É bom salientar que o Ressuscitado, além de cozinhar os seus peixes e o pão, o “Senhor” pediu-lhes que trouxessem mais peixes, para misturá-los com os seus, convidou-os a sentar-se para comer e distribuiu-lhes a comida.

No final da refeição, Cristo perguntou a Pedro três vezes se ele o amava, e ele respondeu que sim em todas as vezes. A cada resposta, Jesus também pedia a Pedro, que seria o primeiro papa que apascentasse suas ovelhas. Pedro, na noite da Quinta-feira Santa, havia negado o Senhor três vezes, antes que o galo cantasse. Por isso, o ensinamento cristão diz que com essas perguntas repetitivas o Ressuscitado perdoou Pedro e o confirmou no primado da Igreja como papa, direito que herdam seus sucessores.

Jesus Ressuscitado, sendo Cozinheiro de Pedro, o primeiro Papa, e seus colegas Apóstolos quis deixar para toda a sua Igreja o exemplo, testemunho, mas sobretudo, o ensinamento que para segui-lo, de verdade, é necessário fazer o ele fez, ser o Cozinheiro dos irmãos. Em outras palavras, não é possível segui-lo sem ser um servidor consciente e livre de Deus, o Pai, e dos irmãos. Principalmente, dos mais necessitados. E, como aprenderam os Apóstolos, a escutá-lo e pôr sua Palavra na vida (lançar a rede, seguindo a Palavra do Mestre). Só, assim, teremos êxitos. Cristo quer parceiros.

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