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O desafio da amizade social

Como já sabemos, o tema da Campanha da Fraternidade (CF2024) deste ano tem como tema Fraternidade e Amizade Social. Penso que é bom refletir um pouco a respeito deste comportamento humano. O Texto-Base da CF24 auxilia nesta tarefa. Seria muito bom e salutar adquiri-lo e lê-lo. Dá algumas orientações, que se forem implementadas, com bastante […]

Como já sabemos, o tema da Campanha da Fraternidade (CF2024) deste ano tem como tema Fraternidade e Amizade Social. Penso que é bom refletir um pouco a respeito deste comportamento humano. O Texto-Base da CF24 auxilia nesta tarefa. Seria muito bom e salutar adquiri-lo e lê-lo. Dá algumas orientações, que se forem implementadas, com bastante probabilidade, vão ajudar a criar um ambiente social mais humano para todos. O texto vai levando o olhar do leitor (a), mostrando como está, atualmente, a vivência da amizade social na realidade sociocultural. É o ver, acenando para os aspectos positivos e negativos da vivência da amizade social, atualmente.

Em seguida, a partir desse ver, o texto confronta essa realidade sociocultural com a Palavra de Deus, a fim de encontrar caminhos que auxiliam na transformação dessa realidade, por vezes, desumana em uma realidade mais humana, fraterno, solidária. É o iluminar a realidade sociocultural pela Palavra de Deus,

Na terceira parte do Texto-Base, encontra-se uma bela reflexão a respeito do Agir. Elenca-se uma série de sugestões, viáveis e factíveis, em nível estritamente pessoal, em nível comunitário-eclesial, em nível sociocultural.

Como se percebe, dessa forma, a leitura do Texto-Base e a reflexão pessoal ou grupal pode auxiliar, em muito a compreensão e a vivência da amizade social, em nossos ambientes vitais. Com essa atitude, estaremos dando uma pequena ajuda na melhora do ambiente sociocultural, tão carente de verdadeira amizade social.

Certamente, o primeiro questionamento, a fazer, é: mas “o que é ou o que se entende por amizade social? ” O Texto-Base nos diz, no seu nº 06 “A amizade, esse sentimento fiel de entrega entre as pessoas, é um dom de Deus, um fenômeno humano universal, que nasce da livre oferta de si mesmo para abrir-se ao mistério do outro. É um caminho de humanização e de renovação das relações fraternas, que nos permite existir e viver com a responsabilidade e o compromisso de transformar a própria vida e a vida do outro. Como é bom ter amigos! ”

A amizade social é, então, um desafio que nos impele a ultrapassar, ir além dos grupos de amigos e trabalhar para a construção da amizade social, tão necessária para a boa convivência social. É evidente que tal atitude exige empenho, esforços para superar inimizades e preconceitos, discriminações, barreiras raciais, étnicas, sociais, religiosas, políticas, culturais. Não se trata de contentar-se com uma convivência, apenas, de “boa vizinhança”, de justaposição (como o conjunto de tijolos, numa parede), mas de abertura para o outro, de comunicação, de tentativas de acolhida, de diálogo, de doação, de entrega.

Não há outro caminho para se chegar, verdadeiramente, a um ambiente de amizade social. Claro, que tudo isso exige a compreensão e o empenho, na construção do bem comum. Essa disposição interior que se traduz em comportamentos exteriores efetivos na Sociedade e na Cultura é resultado da ação de um conjunto de agentes sociais, que creem e vivem valores socioculturais que tenham como centro e eixo a pessoa humana. Tudo começa na família, passando pela escola em todos os seus estágios, nas demais instituições socioculturais.
Por isso que o Texto-Base, no nº 07 nos diz: “Como seria bom, salutar, libertador, esperançoso, se pudéssemos trilhar este caminho! Sair de si mesmo para se unir aos outros (…). ” Esse desafio de construção da amizade social vai além das crenças religiosas, políticas, ideológicas, socioculturais… Para os católicos, aqui no Brasil, o tempo propício para treinar, com mais intensidade, esse sentimento humano, é o tempo quaresmal.