Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - [email protected]

O ser humano e a religiosidade

Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - [email protected]

O ser humano e a religiosidade

Pe. Adilson José Colombi

O ser humano, desde suas primeiras manifestações, como ser humano, já manifestou, de alguma forma, sua visão de um ser diferente dos demais seres viventes. Essa visão foi externada e expressa por meio da arte pictórica, em objetos por ele fabricados ou no respeito a objetos ou seres vivos, cultuados com ritos ou cerimônias particulares. Essa faceta de sua personalidade pode ser referida como Religiosidade. Com o tempo, deixa de ser algo difuso, sem um ponto de referência definido, vai, gradativamente, se constituindo em o que se convencionou denominar de Religião.

A religiosidade, então, é uma realidade intrínseca, inerente ao ser humano. Não é obra da Cultura ou de outra fonte natural. É parte integrante de sua constituição, como ser humano aberto para o Absoluto; não é um ser fechado em si mesmo; um ser, porém, aberto não só para o Absoluto, como também para seu semelhante e para o mundo que o cerca. É um ser essencialmente relacional. Sempre cultivou uma gama imensa de relações com tudo o que o cerca. Não consegue viver, realizar-se, nem se defender sem relacionar-se com outros. A comunicação, também, faz parte de sua existência como uma realidade imprescindível para sua complementação humano, exercitando suas dimensões como pessoa humana.

A religiosidade sempre esteve presente em todos os momentos históricos da evolução da História da Humanidade. Todos os povos, sem exceção, sempre tiveram sua organização e estrutura religiosas. Estão aí, até hoje, em muitos lugares da Terra, os vestígios, obras de arte, monumentos, etc. que testemunham essa religiosidade pessoal e comunitária. Muitas vezes, percebe-se, pelos documentos históricos ou outras fontes, que essa religiosidade tinha uma presença preponderante em toda a organização e estrutura da própria sociedade e da cultura daquele povo. Presença que se refletia no comportamento pessoal, como também sociocultural daquela população.

Se considerarmos a História Humana, nas suas várias épocas ou eras históricas, percebemos essa presença marcante da religiosidade, na vida de todas as populações.

A época da Pré-História temos uma religiosidade difusa, nas várias tribos, clãs…. Cada qual com seus deuses, cultos, objetos sagrados, ritos…. Já, na época História Antiga, para, apenas, nomear os mais significativos, temos já, na Mesopotâmia, os Assírios-babilônios; no Norte da África, o Povo Egípcio, com sua religião influente; na Grécia e adjacências, a religiosidade grega, com Zeus e seus deuses, com seus templos; em Roma e em todos Império Romano, com Júpiter e seu séquito de deuses, com seus cultos próprios em seus templos a eles dedicados. Na Palestina, está localizada a religiosidade que, pouco a pouco, vai se firmando como diversa das demais, por professar sua fé, num Deus Único e Criador.

No Oriente, temos uma religiosidade mais intimista, com sua dimensão pessoal e sociocultural bastante diversa da religiosidade vivida, no Ocidente. Tem suas práticas mais centradas no próprio ser humano, buscando seu desenvolvimento, seu aperfeiçoamento, por meio da alimentação, da respiração, da meditação, seguindo certos princípios ensinados e aprendidos por mestres. Práticas que se confundem com a religiosidade característica do Oriente.

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