Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - [email protected]

O Ser humano e a Religiosidade (3)

Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - [email protected]

O Ser humano e a Religiosidade (3)

Pe. Adilson José Colombi

Percebemos, ao longo da História, que o ser humano sempre expressou sua religiosidade, segundo o momento histórico. Vimos que na Idade Média a Proposta Cristã, com sua vivência da fé, marcou a vida do ser humano medieval. Toda a sua vida sociocultural esteve impregnada dos valores do Evangelho. Todavia, com o correr do tempo, novas ideias foram se firmando, sobretudo, a partir do século XIV e, mais acentuadamente, no século XV, até desembocar no século XVI com o surgimento do movimento e da Filosofia, denominado: Naturalismo e Renascença ou Renascentismo.

Com essas novas ideias, o “Natural” e o “Humano” vão ser uma presença imprescindível em todas as manifestações socioculturais. Por exemplo, as artes pintura, escultura representam a pessoa humana, mormente, seu corpo sem roupa, nu, para mostrar o “natural”, o “humano”. Resgatam-se os valores, ditos pagãos com a releitura dos Clássicos Greco-Romanos. Dessa forma, vai nascendo a chamada Modernidade ou Idade Moderna. A Modernidade tem seu modo próprio de pensar e de agir. Assim, a religiosidade começa a ser vivida e expressada de modo diverso daquele vivido nos tempos medievais.

A Modernidade coincide com o declínio do pensamento escolástico: o Monolítico – Teologia e Filosofia da Escolástica, ligada à Igreja Católica. Nasce um pluralismo de visão do mundo (Cosmologias), do ser humano (Antropologias) e de Deus (Teologias). Pluralidade de Metafísicas, com consequências significativas na Epistemologia, Ética, Política, Psicologia, Economia…

A religiosidade medieval, caracterizada com o Teocentrismo – Fé e Deus como centro, agora o ser humano toma seu lugar, antropocentrismo, acentua-se a dimensão natural (Naturalismo) e a dimensão humana (Humanismo); o Individualismo – o ser humano como indivíduo/sujeito: cresce o sentimento de subjetividade, de autonomia, de liberdade (civis: cidadão), de participação na sociedade e na cultura (nas Artes, agora tem nome, sabe-se de quem é).

Essa visão humanista e renascentista leva a contestação das Autoridades constituídas: Na Teologia: Santo Tomás – Escolástica; na Filosofia: Aristotelismo/Escolástica/Tomismo; na Igreja: o Papado e sua Cúria Romana; no Império: Imperador e o papado. Neste contexto, acontece a Divisão da Cristandade e/ou do Cristianismo: Reforma Protestante, Calvinismo e Igreja Anglicana; o desejo de transformação da Sociedade e da Cultura: As utopias de Tomas Morus – Utopia – e de Tommaso Campanella – La Città del Sole.

Dessa forma, vão se formando e se estruturando essas novas ideias, criando propriamente, o espírito da chamada Modernidade, nos séculos seguintes com suas características bem diversas das Épocas Históricas anteriores. Da mesma, a religiosidade humana, nesse momento histórico, manifesta-se e expressa-se diferentemente ou, simplesmente, é ignorada ou substituída por outros valores, como veremos em seguida.

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