O Ser humano e sua religiosidade (2)
Vimos a religiosidade humana, nos períodos Pré-histórico e Antigo. Ainda dentro do ambiente greco-romano, houve um acontecimento que marcou toda a Humanidade e a sua História: o Nascimento de Jesus de Nazaré, Filho de Deus. Nascido num país, Israel, insignificante em termos de História, até aquele momento. Todavia, Jesus Cristo tornou-se um marco significativa na História. Tanto isso é verdade, que ela se passou a ser considerada em sua datação: “Antes de Cristo” (a.C) e “Depois de Cristo” (d.C). Sua presença trouxe nossa visão do mundo, da vida, da religiosidade, da História, novos valores, nosso estilo de vida, nova organização e estrutura da Sociedade.
Pouco a pouco, essa maneira de pensar e de viver foi se alastrando e conquistando espaços pela ação de pregadores e líderes, por palavras e pelos testemunhos de convicção e de fé na Pessoa e na Mensagem de Boa Nova do Reino de Jesus Cristo, também, denominada de Evangelho. Na História da Igreja, esse período é chamado de Patrística ou Época dos Santos Padres. Grandes pensadores que além de conhecerem a Doutrina Cristã estavam bem preparados no entendimento das Filosofias, vigentes no momento histórico. Desta forma, empreenderam um excelente trabalho de tentar dialogar com as doutrinas filosóficas e aproveitar, delas, o que poderia ser útil na vivência dos fundamentos da fé, dos valores, segundo a visão de Cristo.
Desta forma, foi se criando um ambiente sempre mais impregnado deste estilo de vida, dito cristão, que se tornou dominante em todo o Continente Europeu, de maneira que se convencionou denominar Idade Média ou Era Cristã. Foi um período histórico, marcado pelos valores do Evangelho que criou toda uma organização e estrutura sociocultural diversa da anterior e uma Cultura, com linhas, formas, sons, cores, conteúdos próprios dessa nova concepção de mundo, vida, do ser humano, da Sociedade, da História, da religiosidade, da Cultura em todas suas manifestações. É a Cristandade.
A religiosidade tornou-se o ponto de referência da vida pessoal, da família, da própria vida sociocultural. Basta observar, ainda hoje, as cidades medievais têm seu centro, inclusive geográfico, no ponto central da Cidade, a Igreja Catedral (o “Duomo”) normalmente com uma ampla praça em sua frente para a concentração e circulação da população. Contornando a praça estão localizados os outros órgãos civis que fazem parte da organização e estruturação da Sociedade como um todo.
Nesse período, surgiram grandes pensadores, tanto na área filosófica como teológica que não só marcaram esse momento histórico, mas deixaram seu legado para os tempos futuros. Até hoje são lidos, comentados e suas reflexões estão presentes e influenciam o modo de viver, pensar e agir até nossos dias. Produziu grandes pensadores, apenas para nomear alguns: Santo Agostinho, Santo Tomás, S. Boaventura, Duns Escoto, Guilerme de Ocklan, Pedro Abelardo, São Bernardo de Claraval etc.. Na visão judaico-árabe: Avicena e Averroes.