Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - [email protected]

Obrigado garis

Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - [email protected]

Obrigado garis

Pe. Adilson José Colombi

Quando escuto, do meu quarto às cinco ou cinco e 15m. da manhã, o rumor característico do caminhão do recolhimento de nosso lixo diário, e ouço também o rumor dos garis movimentando os latões dos dejetos, penso no trabalho incômodo que executam em nosso favor. Penso, a partir da minha quente cama, como não é fácil alçar-se de madrugada para realizar esse árduo serviço comunitário. Deixar seu leito, muitos sua esposa e seus filhos, provavelmente, dormindo e sair ao relento para trabalhar. Muitos talvez nem filhos vão ver durante o dia ou quando voltarem para repousar, estão na escola ou já estão dormindo de novo.

E o trabalho comunitário que realizam é de suma importância, para a vida comunitária mais sadia. Nem sempre valorizamos como deveríamos. Só notamos com mais intensidade, quando por algum motivo o interrompem e os nossos refugos diários (que não são poucos!) se acumulam nos lugares apropriados. Às vezes, até na beira da rua ou da avenida. Pior ainda, na própria rua ou avenida. Quando chove então vai se espalhando e entupindo boca de lobos do escoamento da água pluvial.

Além disso, passando pelas ruas ou avenidas da cidade, percebe-se que, boa parte desses dejetos, são mal acondicionados, mal localizados, nem sempre em recipientes fáceis de serem manejados, inadequados para a função, etc. etc. Tudo isso, sem dúvida, dificulta, ainda mais, o trabalho que, por si só, já é de difícil execução. E, certamente, não recebem aquela fortuna pelo trabalho comunitário executado. Não vão se enriquecer com esse serviço à comunidade.

Nesse tempo de isolamento social, certamente, esse trabalho comunitário tornou-se ainda mais arriscado. Com a presença e a fácil circulação do covid-19, a precaução com a contaminação tem que ser redobrada. Assim mesmo, não será fácil driblar esse contágio. Por isso, o cuidado com a maneira de acondicionar os dejetos familiares, empresariais, enfim, qualquer tipo ou procedência tem que ser devidamente realizado e de modo que cause menos efeitos nocivos em quem vai removê-los para os lugares definitivos.

Sem dúvida, tal atitude é belo e salutar exemplo de amor ao próximo (os que vão recolher esses refugos de nossos ambientes). Não se está realizando nada de extraordinário em executar dessa forma o descarte de nossas sobras de nossa vida diária. Estamos sendo, apenas, bons cidadãos e cidadãs, cumprindo nosso dever. Quem vive a fé cristã, se fizer como o Cristo pediu, é também um gesto significativo do amor ao próximo que é, segundo o próprio Cristo, o segundo mandamento fundamental da vida de um seguidor/a dele. O primeiro a amar a Deus sobre todas a coisas.

Saibamos sempre ser muito gratos aos nossos garis, mesmo nem sabendo seus nomes ou quem são de fato ou de onde vieram, se não são de Brusque. Parabéns para você, gari, pelo importantíssimo serviço comunitário que, diariamente, você executa. Deus o abençoe junto à sua família.

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