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A Segunda Matriz da Paróquia São Luís Gonzaga

No artigo anterior, vimos como foi construída e ereta a Primeira Matriz. Uma frágil construção de madeira. Todavia, ela prestou um grande serviço à novel paróquia por vários anos. Com o tempo, ficou debilitada em seus fundamentos e também em sua estrutura que servia ao culto. Por fim, foi até interditada, depois de dar sinais […]

No artigo anterior, vimos como foi construída e ereta a Primeira Matriz. Uma frágil construção de madeira. Todavia, ela prestou um grande serviço à novel paróquia por vários anos. Com o tempo, ficou debilitada em seus fundamentos e também em sua estrutura que servia ao culto. Por fim, foi até interditada, depois de dar sinais de sua debilidade, de modo que se fazia necessária uma nova edificação para abrigar a comunidade, nas celebrações.

Após diversas solicitações às autoridades públicas da Província e ao Governo Central do Império, conseguiu-se o aval para a construção da nova Matriz. Assim se procedeu. E, em 21 de junho de 1874 foi benta e colocada, em local apropriado a pedra fundamental da Segunda Matriz da Paróquia São Luís Gonzaga. Em 1877, com uma solene celebração da Eucaristia, presidida pelo pároco, P. Gattone, foi inaugurada. A comunidade que tanto lutou para conseguir erguer esse belo templo se fez presente, em grande número, expressando seu contentamento, sua alegria e sua fé.

Novamente as lideranças católicas, sob a orientação do Pároco P. Gattone, organizaram-se e começaram a edificação da nova matriz. Desta vez, não será mais da frágil madeira, mas de alvenaria. E o projeto arquitetônico também é bastante ousado. Até no estilo. Com efeito, desta feita tem um estilo bastante atraente: um projeto gótico. A jornalista e escritora assim, vai relatar em sua obra que, em breve, poderá ser lida.

“Projeto em estilo gótico, foi feito em alvenaria de tijolos, coberto de telhas, medindo, sem o presbitério, 20 metros de comprimento por 16 de largura. Uma torre central de 25 metros ornamentava a entrada, no alto da mesma, instalou-se o relógio doado por D. Pedro II, ainda em ótimas condições e atualmente exposto no Museu Arquidiocesano de Azambuja. Também dois sinos foram presentes de Sua Majestade Imperial”.

Essa nova matriz, a segunda da paróquia, era espaçosa e artística. Foi considerada pelo então Presidente da Província como “o mais belo templo de Santa Catarina”. Sem dúvida, pelas fotos que temos a disposição, antes e depois das várias modificações do projeto original, sempre manteve bela imponência, no alto da colina.

Todavia, o projeto original não levou muito em conta o clima da região que, no verão, apresenta calor bastante acentuado. Por isso, a comunidade e o próprio pároco solicitaram ao Sr. Bispo Diocesano, Dom José Camargo Barros, em uma requisição datada de 1898, a possibilidade de abertura de uma porta nas paredes laterais, para possibilitar maior ventilação, no ambiente interno. A petição foi aceita e processou-se a modificação, abrindo em cada parede lateral uma porta, sem grande prejuízo para o belo projeto gótico.

O projeto gótico da 2ª Matriz não sofreu só essa modificação do projeto original. Em 1938, já na gestão do pároco P. Vicente Schmitz scj, construtor de outras igrejas, com anuência da comunidade, fez outra modificação do projeto original. Desta vez, na fachada da matriz. Assim, nos diz a jornalista e escritora Guédria Motta: “Foi modificada, a fachada com o acréscimo de volumes circulares em cada lada da frontaria inicial. Modificou-se, também, a parte posterior, além de um alto relevo sobre a portada”.

Com o crescimento da cidade e também a participação nas celebrações, a igreja gótica começou a oferecer limitações para as celebrações. Então, em 1953 decidiu-se pela sua demolição, embora houvesse oposição a essa medida drástica. O terreno, como estava no momento, com o cemitério anexo, praticamente a matriz, não proporcionava espaço suficiente para outra igreja ampla, sem a demolição da igreja de estilo gótico que o povo apreciava. No ano seguinte foi demolida, após o translado emocionante do padroeiro São Luis Gonzaga para a Casa São José, previamente, adaptada para essa função de matriz provisória. A Casa São José se localizava, onde hoje está a Galeria, em frente à Matriz.