Vacina? Para quem?
No ano passado se falou tanto da vacina contra a Covid-19. Todo o mundo ficou aliviado, quando se soube que algumas experiências estavam dando o resultado satisfatório. E seriam aprovadas pelos departamentos estatais responsáveis pela sua aprovação, mesmo que emergencial, para servir à população. Esta mundialmente estava ansiosa, esperando a tal vacina como a “salvadora da pátria”, isto é, aquela que iria aliviar, ao menos um pouco, a tensão permanente provocada pela presença do novo coronavírus. Alguns laboratórios de renome internacional se anteciparam e passaram a oferecer seu produto (a vacina) para os vários países.
A partir daí, começou a “briga” de quem tem mais poder e influência em adquirir a cobiçada vacina para o seu país e, assim, aumentar seu poder e sua influência interna e externa. Desta forma, começou a saga da esperada e cobiçada vacina no mundo. E, parece que tudo indica que vai continuar, neste ritmo. Os países mais pobres e de menos influência, no conjunto das Nações, vão ter que esperar sua vez. Esta, certamente, estará no final da fila. Vão ter a sua vez quando os demais estiverem bem abastecidos e com um pouco de dor consciência irão ceder o que ainda está disponível. Talvez, até com algum reajuste nos preços monetários ou outros ajustes em termos econômicos ou políticos.
Bem, e no Brasil? Como foi e como está se fazendo? Nada muito diferente! Jogo político entre países. A imprensa de todos os tipos também auxiliando para que fosse assim. Depois de muito “diz-que-diz” de um lado e do outro também, enfim: Eis a vacina contra Covid-19 chegando, desembarcando dos aviões! Vem de um laboratório. Quase ninguém se pergunta a respeito da eficacidade da mesma. Mas, de sua origem: de onde vem? De que país? Que “cor” política tem o governo daquele país de origem? Será que só desse! Não, virá de outros também! E, assim, parece que vai acontecer! Enfim, vem de outro laboratório. Ufa! Agora é só fazê-la chegar ao seu destino, de fato.
Mas, quando chega aos municípios, aí, começa mais um capítulo da já conhecida “história” de como acontecem as “coisas políticas” (embora essa não é da categoria política, mas de saúde pública) segue o mesmo “esquema” de todos os tempos. A pergunta: que vai ser vacinado primeiro? No papel, como sempre, está registrada uma escala de vacinação. Categorias, razoavelmente, bem distribuídas.
As doses das vacinas, porém, são restritas. Não dá para vacinar a população toda. Inclusive, os que estão contemplados na tal lista de pessoas prioritárias. Todavia, não funciona, desta forma, a imunização. Não há solidariedade e espírito público. Mal foram aplicadas as primeiras doses, já aparecem em quase todos os municípios e estados, aparecem denúncias dos “furas filas” que desrespeitam a programação das categorias prioritárias de pessoas. Quem são? Bem, não é difícil de adivinhar? São os de sempre! Aqueles e aquelas pessoas que, se julgam no direito de estar na fila, porque mandam e têm influência na máquina estatal.
Estes, claro, se acham no direito de se imunizar, alguns e algumas até com o “nobre e elegante desejo de dar ao exemplo para a população” que é necessário se vacinar. Por isso, se colocam, por própria conta, na fila prioritária. Afinal, estão “lá, em cima” e tem privilégios. Não só eles, seus familiares, seus amigos e os amigos dos amigos. Eles se consideram acima daquilo que a nossa Constituição diz: “todos são iguais perante à lei”. Eles não se consideram iguais, porque têm algo a mais: o lugar onde estão. Esta posição lhe daria um tratamento diferenciado. E, assim, começou a tão esperada vacinação da população. Como seguirá adiante?! Veremos!
Alguma novidade? Penso que não! Há muito tempo que assim acontece. E, a população fica aguardando a sua vez. As pessoas “lá de baixo” vão se perguntar: Quando vai chegar a minha vez? Vamos aguardar com paciência e esperança! Quem sabe um dia vai mudar!