Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - [email protected]

Vida real e tela virtual

Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - [email protected]

Vida real e tela virtual

Pe. Adilson José Colombi

O Papa Francisco fez mais uma viagem internacional, apesar de sua saúde, um tanto precária. Dessa vez, visitou a Hungria. E teve um encontro memorável com os jovens (29/04/23). Foi num estádio. Neste ambiente, falou aos jovens: “Jesus é o melhor treinador para vencer na vida”. O Papa lhes disse que podem contar com sua ajuda que lhes permita “desaviar sem medo a aventura da vida em busca de grandes respostas”.

Ele enfatizou que “Cristo é Deus em carne e osso, o Deus vivo que se aproxima; é o Amigo, o melhor dos amigos; Ele é o Irmão, o melhor dos irmãos, e é muito bom em fazer perguntas”. Mais ainda, “Com Ele, portanto, nunca devemos ter medo de caminhar e avançar na vida”. Todavia, lembrou “que Jesus «não nos quer preguiçosos e preguiçosos, não nos quer quietos e tímidos; Ele nos quer vivos, ativos, protagonistas. E nunca despreza as nossas expectativas, mas, pelo contrário, eleva a fasquia dos nossos desejos”.

O papa falou de duas chaves para vencer na vida: almejar e treinar. “Você tem um talento? Certamente você tem. Não deixe de pensar que tudo o que você precisa para ser feliz é o mínimo: um diploma, um emprego para ganhar dinheiro, um pouco de diversão. Não, ponha em jogo o que você tem”, desafiou o Papa aos jovens.

“Você tem uma qualidade particular? Invista nisso, sem medo! Você sente em seu coração que tem uma capacidade que pode fazer muito bem? Você sente que é bonito amar o Senhor, criar uma grande família, ajudar os necessitados? Não pense que são desejos inatingíveis, invista nos grandes objetivos da vida! ”.

O Papa lhes apresenta um caminho para conseguir atingir os objetivos almejados. “E depois treinar. Como? Em diálogo com Jesus, que é o melhor treinador possível. Ele te ouve, te motiva, acredita em você, sabe como tirar o melhor de você”. E alertou que “hoje existe uma grande tentação de se contentar com um celular e alguns amigos. Mas, embora seja o que muitos fazem, embora seja o que você gostaria de fazer, não dá certo”.

“Não tenham medo de ir contra a corrente, de encontrar todos os dias um tempo de silêncio para parar e rezar”, afirmou o Papa. “Hoje tudo lhes diz que têm de ser rápidos, eficientes, praticamente perfeitos, como se fossem máquinas! Mas aí percebemos que muitas vezes ficamos sem gasolina e não sabemos o que fazer. É muito bom poder parar para encher o depósito, para recarregar as baterias. Mas cuidado: não mergulhar em sua própria melancolia ou ruminar sobre nossa tristeza; nem pensar na pessoa que fez isso ou aquilo comigo, fazendo teorias sobre como os outros se comportam. Isso não é bom”, acrescentou.

“Por favor, não virtualize a vida! ”, lhes disse. Para o papa, “o silêncio é o terreno no qual podem ser cultivadas relações proveitosas, porque nos permite confiar a Jesus o que vivemos, trazer-lhe rostos e nomes, depositar nele as nossas ansiedades, pensar nos nossos amigos e fazer uma oração para eles”.

No entanto, alertou que “o silêncio é para não ficar colado ao celular e às redes sociais. Não por favor. A vida é real, não virtual; não acontece em uma tela, mas no mundo! O silêncio, então, é a porta da oração, e a oração é a porta do amor”.

“Mas silêncio não é ficar grudado no celular e nas redes sociais. Não, por favor. A vida é real, não virtual; não acontece numa tela, mas no mundo! Por favor, não virtualize a vida”, acrescentou.

Será que esse alerta do Papa é só para os jovens?

Quem sabe nós mesmos estamos dando mais valor ou importância ao que vemos na tela virtual do que está acontecendo na vida real. Seja a vida pessoal, conjugal, familiar, comunitária, nacional e internacional. É bom dar uma olhadela atenta!

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