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Vivemos em uma crise ou em crises?

Basta abrir um jornal ou revista, ver ou escutar na TV ou rádio um noticiário ou nas redes sociais, teremos, já, algumas considerações a respeito. Mas, que noção teremos da realidade sociocultural vigente no mundo. Muito diversas, sem dúvida. Um dos motivos, é que, quase tudo está contaminado, sobretudo na mídia, dita tradicional, por uma […]

Basta abrir um jornal ou revista, ver ou escutar na TV ou rádio um noticiário ou nas redes sociais, teremos, já, algumas considerações a respeito. Mas, que noção teremos da realidade sociocultural vigente no mundo. Muito diversas, sem dúvida. Um dos motivos, é que, quase tudo está contaminado, sobretudo na mídia, dita tradicional, por uma ideologia política. Que se auto titula de progressista ou de esquerda. Desta forma, tudo passa por esse crivo.

Na verdade, não há uma crise, mas crises. No plural, de fato, é o que está aí, infelizmente. Crise econômica, crise política, crise ético-moral, crise de valores, etc.. Muitas são as considerações que são feitas. Tento ler o que cai na minha frente, não importam muito as tendências ideológicas. Procuro considerar todos os pontos de vista. Para pouco a pouco, tirar minhas conclusões.

Muitos veem a crise como uma realidade má ou perversa em si. Penso que não seja assim. Com efeito, se considerarmos a existência humana concreta, ela por si mesma tem em sua própria constituição fundante a raiz dos problemas. A existência humana concreta é problemática. O problema é um companheiro frequente do existir humano. A crise, pessoalmente, a considero um problema que se tornou agudo, chegou a um estágio que exige atenção e administração adequadas. Portanto, a crise ou crises são inerentes à existência humana.

Isso acontece, em nível pessoal, todavia, como o ser humano é um ser social vive também suas crises sociais, em todos os seus aspectos. A vida sociocultural humana, na História humana, está repleta de crises. Essas vão se sucedendo ao longo dos séculos. Algumas são fruto do próprio existir sociocultural humano. Outras, são criadas pelo próprio modo de organizar e viver a dimensão sociocultural, dentro do momento histórico. Como no âmbito pessoal, o problema está, com frequência, no modo de administrá-la.

O problema verdadeiro, portanto, está no modo de afrontar a crise. Em outras palavras, na maneira de administrá-la. Isto é, com que disposição, com que instrumentos, com que valores, com que meta e que objetivo. Tudo isto, depois de profunda análise das possíveis causas ou razões de sua presença. Por que a crise pode ocorrer pelo próprio desenvolver do momento histórico. E não são poucas, as causas e razões. Mas, também pode ser provocada, por várias razões, como incompetência, ignorância, arrogância, omissão, erros…

Parece-me, observando os ganhos socioculturais, em quase todos os setores da vida sociocultural do Brasil, em comparação com os países do Oriente e do Ocidente, sobretudo, em relação à Europa latina, germânica e anglo-saxônica, que estamos bem mais positivos. Sem falar dos nossos vizinhos latino-americanos. Por que será?