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Voto consciente e livre

As Eleições deste ano para os vários cargos públicos, em disputa, estão próximas. Todos os cargos são importantes para a vida pública. Não se pode privilegiar um e pensar que os demais não sejam “tão” importantes. Em cada voto depositado na urna eletrônica, é necessário levar em conta a dimensão ética da política, servindo-se de […]

As Eleições deste ano para os vários cargos públicos, em disputa, estão próximas.

Todos os cargos são importantes para a vida pública. Não se pode privilegiar um e pensar que os demais não sejam “tão” importantes. Em cada voto depositado na urna eletrônica, é necessário levar em conta a dimensão ética da política, servindo-se de critérios fundamentais, escorados em valores que não comprometam a vida humana e a vida sociocultural da nossa Nação e os alicerces do Estado democrático e de direito. Daí, a importância e a necessidade de um discernimento criterioso.

Nossa intenção é fazer refletir para votar com liberdade e consciência. Temos consciência que o voto é uma arma democrática de grande alcance e responsabilidade. Pois, embora seja estritamente pessoal, tem consequências socioculturais significativas e, às vezes, decisivas para os rumos da Nação. Por isso, exige preparo e responsabilidade de todos os eleitores. Não pode ser infantilizado ou banalizado, por meio de gestos e atitudes imaturas e antidemocráticas.

Os documentos da CNBB, em todas as eleições, sempre procuram dar uma orientação, sem pretender tomar em suas mãos a condução da política. Quer, apenas, oferecer sua contribuição específica, fazendo refletir sobre a formação ética e os critérios de discernimento da escolha política. A Igreja não pode se omitir num evento, como são as Eleições, tão importante para a vida nacional.

Os documentos da CNBB apresentam um elenco de desafios que merecem atenção. Vejamos quais: concentração da riqueza, situação econômica, os salários aviltados, o desemprego, a violência, o crime organizado, a fome, a exclusão social, a reforma agrária, políticas agrícolas e hídricas, problemas da urbanização descontrolada, dívida externa e interna, a utilização dos meios de comunicação social, a corrupção, a ganância pelo poder político, discriminação racial e étnica, intolerância religiosa.

Estas considerações foram feitas, ao longo já de várias eleições de nossa História. O eleitor pensa que o discurso ainda vale para as Eleições de 2022? Ou já foi tudo resolvido? Mudou muito? Para isto, não convém, apenas, prestar atenção aos Programas de Propaganda Política Partidária, em tempo de eleição. São produzidos por marqueteiros. Boa parte deles, são uma “maquiagem” da realidade!

Como se nota, o elenco dos desafios continua enorme. Eles não podem ser ignorados. Pois, muitos pedem uma resposta urgente. Não podem ser adiados mais. Alguns já deveriam ter sido superados, mas por carência de visão política, de capacidade de gerência da “coisa pública”, de interesse por que “não rendem votos” não merecem a devida atenção. E eles continuam aí a atormentar o povo brasileiro.

Cada eleitor tem que achar um jeito de cobrar dos políticos que aspiram algum cargo público que se ocupe desses desafios. E acompanhá-los depois de eleitos se, de fato, levaram em conta estes desafios em sua atuação política, segundo sua função exercida. Caso contrário, na próxima eleição sejam tais políticos banidos, pelo voto, da vida pública. E dar preferência a outras lideranças que estejam imbuídas de ideias diferentes e dispostas a trabalhar pelo bem comum de todos os cidadãos.