Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - [email protected]

Como viver pessoalmente a amizade social

Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - [email protected]

Como viver pessoalmente a amizade social

Pe. Adilson José Colombi

Depois de conhecer como a amizade social foi vista e proposta, nos vários momentos históricos, como tentei apresentar, em artigos anteriores, creio que é oportuno ver como é possível vivê-la, em nosso momento histórico. Claro que não basta só saber o que amizade social. O que já é um ganho. Muito mais é começar a vivê-la, efetivamente, concretamente, em nossos relacionamentos diárias, nos vários ambientes que frequentamos.

Tentarei expor algumas sugestões que o próprio Texto-Base da CF2024, oferece-nos no seu nº 128. São sugestões no âmbito estritamente pessoal. Estão relacionadas às relações como humanos. Independe de qualquer diferença, seja de que naipe for. Só porque somos humanos, pertencemos todos a única Humanidade.

Talvez a mais fundamental é aquela que é o fruto de renúncias e sacrifícios de algo que não me é estritamente necessário. Quem sabe até supérfluo. Como por exemplo, cigarros, bebida alcoólica…, reverter isto para comida para pessoas ou famílias necessitadas. Cada um veja o que pode dispor para essa nobre finalidade.

Busca e resgatar sua identidade pessoal, o conhecimento de si mesmo, de suas qualidades, competências e também dificuldades e faltas, integrando-se sempre mais. Isto para poder servir melhor os outros, não para de engrandecer a si mesmo.

Cultivar meu interior, minha interioridade, tentando criar um bem-estar intimo com harmonia e equilíbrio. Desta forma, favorecendo a presença da ternura, do espírito de comunhão, de acolhida, de encontro no trato com os outros. O ser humano não é como uma garrafa ou algo semelhante que se pode colocar uma rolha ou tampa e tudo fica lá dentro e não sai. Nada disso acontece com o ser humano. O que há no íntimo, de alguma forma sai e se manifesta, explícita ou veladamente. Mas, vem para fora seja como um silêncio, por palavras, gestos, impulsos raivosos, ternura, amizade, amor…

Identificar as “nossas guerras”, falsidades, ambições, maquinações e cuidar para o mal que nasce em nós não cresça e se espalhe pelo mundo, a começar ao nosso redor. Claro que não basta identificar. Todavia, já é um passo fundamental para tentar manter um controle sobre nossas manifestações, sejam conscientes ou inconscientes, na medida do possível. Tudo isso para não ser um instrumento ou canal de disseminação de mais injustiças, discórdias, preconceitos, maldades…

Olhar o outro como interlocutor, não como agressor, adversário, ladrão da liberdade. Tentar, ao menos, formar-se para a abertura à adversidade, ao diferente e ao contraditória. Olhar o outro com amor, como alguém que também é capaz de amar e de ser amado como nós, apesar de também ter suas falhas, deficiências, defeitos…

Promover a cultura do encontro, buscando o diálogo franco, sincero. Tudo é questão de treino. Treino exige repetição, basta olhar com atenção um atleta e observar o tanto que treina, repetindo com constância e perseverança quase sempre os mesmos exercícios. E, assim mesmo, às vezes, ainda fracassa de maneira um tanto incompreensível. Com a tentativa do diálogo, também acontece algo semelhante. Tentar sempre…

Apostar em uma educação para a liberdade e o respeito absoluto às pessoas, sem que um padrão seja criado e imposto a todos, indistintamente; incentivar encontros interpessoais, reuniões de famílias e grupos de convivências, para que as pessoas experimentem e vivenciem o amor e o respeito mútuo; ir ao encontro dos vizinhos, mesmo aqueles que ainda não conhecemos; celebrar a vida do outro, suas conquistas e vitórias; ser agente de perdão, de reconciliação e de paz.

São algumas possiblidades, certamente, existem outras ao seu alcance. Tente…

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