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Pais se mobilizam contra redução do horário das creches em Brusque

Reunião na Câmara de Vereadores resultou em documento que será encaminhado para prefeitura

Um grupo de mães se reuniu na Câmara de Vereadores de Brusque na noite desta terça-feira, 29, para discutir a padronização de horário das creches do município neste ano.

O Município publicou há algumas semanas que a partir de fevereiro, as creches encerrarão seu expediente às 17h, com plantão até 17h30. Até o ano passado, o plantão era até as 18h.

A principal reclamação dos pais é que a antecipação do fim do plantão causará transtornos, já que muitos trabalham até as 18h e fica difícil conseguir a liberação do trabalho com meia hora de antecedência para buscar os filhos na creche.

“Como a secretaria de Educação estipula um horário que não bate com o horário do comércio? Então para quem são as vagas?”, reclama Luciana Cristina Erbrect, mãe da pequena Lívia Rafaela, de dois anos.

Ela diz que tanto ela quanto o marido sempre apresentaram a declaração do trabalho na creche comprovando o horário de seu expediente.

Para poder pegar a filha na creche às 18h, Luciana reduziu seu horário de almoço para 45 minutos. “Assim consigo sair 15 minutos antes para buscar ela na creche”.

Quem também está preocupada com a redução do horário é Célia Pereira de Souza. Ela é mãe do pequeno Ryan, dois anos, que frequenta a creche do município desde os seis meses.

“Sou faxineira. Tenho duas casas para atender por dia e não tenho como antecipar a saída. Posso acabar perdendo emprego porque não tenho como buscar ele antes”.

Após ficarem sabendo da redução do horário, as mães se organizaram e criaram um grupo no Whatsapp para debater a mudança. Alguns pais também procuraram vereadores para pedir apoio e tentar reverter essa situação.

O vereador Paulo Sestrem foi um dos vereadores contatados e diante de várias reclamações dos pais, surgiu a ideia de fazer a reunião.

No encontro, as mães expuseram os motivos pelo qual não aprovaram a padronização anunciada pela Secretaria da Educação.

As mães relataram que no ano passado foi informado que seria feito um levantamento para contabilizar quais pais precisam do plantão até as 18h, entretanto, segundo eles, isso não foi feito, apenas foi comunicada a alteração.

“Fizemos pesquisas em várias cidades. Algumas ficam até depois das 18h, outras até as 17h30. Penso que a creche existe para colaborar com o horário dos pais”, diz o vereador.

De acordo com o vereador, em Gaspar, a creche funciona das 6h30 às 18h; em Blumenau, das 6h30 às 18h30; Camboriú, das 8h às 18h; Balneário Camboriú, das 7h às 19h e Guabiruba, das 5h às 19h, dividida em dois turnos.

Na reunião, foram apresentadas propostas para encaminhar para a secretaria de Educação. A proposta escolhida pelos pais é que haja um revezamento dos funcionários para ficar com as crianças, ou seja, a creche funciona das 7h30 às 18h30, com revezamento de funcionários das 7h às 7h30 e das 18h30 às 19h para atender os pais que necessitam de um horário ampliado.

Os pais também reivindicam que as creches iniciem o atendimento para crianças a partir dos quatro meses, e não a partir dos seis meses, como é atualmente.

Líder do governo na Câmara, o vereador Alessandro Simas participou do encontro a pedido da prefeitura com o objetivo de ouvir as reclamações e levá-las até o governo a fim de chegar a um acordo.

Também participaram da reunião os vereadores Claudemir Duarte, o Tuta, e Cleiton Bittelbrunn.