Palco do espetáculo “Paixão e Morte de um Homem Livre” começa a ganhar forma em Guabiruba

Equipe de cenografia, formada por 13 voluntários, é responsável por planejamento e execução

Palco do espetáculo “Paixão e Morte de um Homem Livre” começa a ganhar forma em Guabiruba

Equipe de cenografia, formada por 13 voluntários, é responsável por planejamento e execução

O palco do espetáculo “Paixão e Morte de um Homem Livre” já começou a ser erguido no pátio da Comunidade São Cristóvão, no bairro Aymoré, em Guabiruba. Nesta edição, serão 800 m² de tablados e passarelas, que servirão para o movimento de mais de 200 atores voluntários, além da equipe de apoio, nas duas horas previstas para cada apresentação, nos dias 14 e 15 de abril.

Planejamento

O desafio do planejamento e execução fica por conta da equipe de cenografia, formada por 13 pessoas e coordenada pela escritora Méroli Habitzreuter.

“O maior desafio é fazer com que a história narrada se mostre ao público de uma maneira inovadora e surpreendente a cada edição. Outro desafio é dar conta do texto. Todo o projeto cenográfico parte da leitura atenta e da conversa com a direção do espetáculo. Toda a estrutura que criamos, além de ser estimulante, precisa responder diretamente a funcionalidade e a lógica da mensagem que se quer passar com a encenação. Sem contar, a preocupação em colaborar e facilitar o trabalho da equipe de Contrarregras, que sempre trabalha muito.”, conta Méroli.

Início dos trabalhos

Segundo ela, o trabalho iniciou em março de 2020 e foram alguns meses de reflexão sobre o posicionamento dos palcos. Depois iniciaram as pesquisas sobre referências, cores, elevações, acabamentos e materiais necessários na composição de cada cena. “Criamos quase tudo com isopor. E conseguimos parcerias com empresas da região, através de doações ou empréstimos de elementos cenográficos. Os atores voluntários também estão nos ajudando, com a doação de itens”, conta Méroli.

A formatação da equipe de Cenografia iniciou anos atrás com a fotógrafa Marina Carminatti Zen, “Me emociona, saber que a iniciativa está dando tantos frutos. Ela partiu de uma equipe de uma pessoa, para duas, comigo. E hoje estamos em 13. São pessoas incríveis!”, comenta Méroli emocionada.

Novidades

Ao todo, a edição de 2022 do espetáculo “Paixão e Morte de um Homem Livre” contará com nove palcos físicos, além das passarelas. “O palco de Herodes, que virará a Casa de Lázaro, será suntuoso, rico em elementos e detalhes luxuosos e pela primeira vez contará com um elemento cenográfico com água. Já o Templo, que será também Igreja Moderna e Sinédrio, contará com um cenário camaleônico, para dar conta do que é necessário para as suas trocas de cenas. Este palco será o mais alto de todos”, revela Méroli.

Já a Santa Ceia, dividirá o espaço com a Casa de Maria e trará ricos detalhes em seu acabamento, bem como uma nova estética de posicionamento da mesa e de outros itens. “O Sepulcro, bastante elogiado na última apresentação, terá a sua técnica aprimorada e servirá como base para a cena do Horto das Oliveiras que, terá enfoque especial e uma surpresa ao público”, conta.

Méroli faz segredo sobre como e em que palco ocorrerá a Crucificação e a Ressureição que, segundo ela, exigirá esforço da equipe para ser fiel à emoção que estas cenas costumam transmitir por si próprias.
Por fim, o pátio central, extremamente grande, fará a interligação de todos os palcos, para transmitir a movimentação natural da cidade. “Ele também abrigará cenas apoteóticas, como a Flagelação, diante de uma perspectiva totalmente nova e moderna, contando com efeitos especiais”, adianta a coordenadora.

Inovações

Nesta edição, pela primeira vez, estão sendo criados depósitos atrás de alguns dos palcos, com a intenção de facilitar o trabalho dos contrarregras nas trocas de cenas, durante os ensaios e nas apresentações.

Outro ponto alto para a apresentação deste ano, serão os acabamentos manuais de texturização, aplicados por completo em pelo menos quatro dos palcos. “Volumes, texturas, materiais, muitas mãos trabalhando. Queremos que o público consiga “entrar” nos ambientes e “vivenciar” esta experiência como a gente faz durante toda a preparação e execução da peça”, diz Méroli.

A coordenadora da equipe de Cenografia ainda diz que “a cereja do bolo, será uma inovação nunca antes tentada, já está sendo executada e comporá o palco aonde estará a narradora do espetáculo. Garanto, será extraordinário e surpreendente!”, aposta.

A equipe

O analista de produção, Rafael Mattioli, destaca a gratidão por fazer parte da equipe. “Apesar do cansaço das últimas semanas, é gratificante ver pronto cada detalhe que foi construído em equipe. Somos um grande família e nos ajudamos neste trabalho que, apesar de voluntário, é bastante árduo. Estamos sempre abertos aos novos desafios e dispostos a implementar novidades para emocionar o público”, afirma.

Elenice e Luís Antônio Dietrich também formam a equipe de Cenografia. “O teatro nos traz lembranças boas da infância. Crescemos vendo as encenações em cima do caminhão pelas ruas do Bairro São Pedro. Por isso, quando nos convidaram para participar da equipe, nós aceitamos”, conta o casal.

Para Carla Cristine Baron Fischer, as mudanças de enredo e as novas propostas de cada edição, motivam esta presença e participação. “Sabemos que a pequena ajuda de cada um faz acontecer um espetáculo gigante”, observa.

Já a auxiliar de escritório, Denise Nienov, destaca a importância de contribuir para que se mantenha viva uma tradição da cidade. “É uma forma de evangelizar, de levar adiante esse acontecimento muito importante na vida dos cristãos, que é a morte e ressureição de Cristo”, enfatiza.

Patrícia Vieira e José Carlos de Souza participam pela primeira vez do projeto. Para eles, a sinergia criada no grupo reforça o interesse de contribuir com o espetáculo. “Não pensamos duas vezes em aceitar esse desafio”, frisam.

Sabrina Keller Valentim e Vagner José Valentim iniciaram na equipe de Cenografia em 2019 e estão juntos nesta nova edição do teatro.

Por fim, a ex-coordenadora, Marina Carminatti Zen, reforça a necessidade da renovação da equipe. “É muito importante a rotatividade da coordenação. São novas ideias e, muitas vezes, soluções mais simples para o que vinha sendo feito”, avalia.

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