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Palmito comenta qualidades do time e negociações por bicho em 1992

Volante foi o artilheiro do Brusque no Campeonato Catarinense

Apesar de atuar como um meio-campista, Palmito foi o artilheiro do Brusque no Campeonato Catarinense de 1992, com 13 gols, e é um dos principais símbolos daquela geração quadricolor. Depois de uma passagem em 1990, defendeu o clube nas temporadas de 1992, 1993 e 1994. É um dos ex-jogadores que, além de se apaixonar pelo Brusque, escolheu a cidade como lar.


Da longa entrevista concedida a O Município em outubro, parte considerável foi publicada no especial dos 30 anos da Copa Santa Catarina. Desta vez, comemorando as três décadas do título do Catarinense, foram selecionados alguns temas abordados.

Regularidade

Palmito se orgulha de ter vivido diversas sequências invictas nos clubes pelos quais passou. No Brusque, teve uma série de 12 partidas sem perder, incluindo Copa SC e Catarinense, além de uma outra, no campeonato estadual, com sete jogos.

“O nosso time não era de estrelas, mas era muito forte e regular. Já tinha determinado o que faria dentro de campo, jogava em cima disso, errava pouco, a defesa era muito sólida. E a gente aproveitava. Acho que fiz sete gols de falta naquele campeonato, e o Cláudio Freitas fez dois ou três. A gente vencia muitos jogos em bola parada.”

Semifinal

Diversos jogadores de 1992 escolhem a semifinal com o Marcílio Dias comoum dos episódios mais marcantes daquela temporada. Palmito não é diferente, e destaca o quando o quadricolor precisou lutar para sair do Augusto Bauer com o empate na prorrogação para chegar à final.

Qualquer controvérsia que os adversários possam ter em relação àquele confronto é rechaçada pelo ex-volante. “Eles falam que foi um pênalti. Quando era contra a gente, ninguém falava nada, mostrava nada. O Meira [Osvaldo Meira Júnior, árbitro na época] era um dos que falava que o Brusque foi campeão pelo próprio mérito.”

“E eu dizia ‘Meira, queria saber quem foi o desgraçado que acertou pro Brusque ser campeão. Porque, cara, eu saía com cãibra quase todo jogo, quebrado, corria pra caramba, e comigo ninguém falava nada’. Eu não tava me matando pra nada, né?”, completa.

Palmito em 2017: ex-jogador é figura central na organização dos eventos que comemoram os aniversários do título | Foto: Marcio Costódio/Arquivo O Município

Diretoria

Como um dos líderes do elenco, Palmito se recorda de ter sido um dos jogadores que fazia a ponte com a diretoria do Brusque nas negociações.

“Eu chegava muito para falar com o presidente na época. Eles não tinham muita experiência com futebol. O presidente falava ‘mas é muito dinheiro.’ e eu: ‘presidente, vamos pensar algumas coisas: Se ganhamos o jogo, vamos ganhar um bicho bom. Vocês vão ganhar uma renda melhor, porque vai motivaro torcedor a ir a campo. A gente perde, não ganha o bicho, vocês vão ter menos dinheiro com bilheteria. Com uma sequência de vitórias, o torcedor vai se motivando, a renda vai aumentando, e o clube fica mais vivo para o senhor buscar patrocínio.”

1993

Após o título, Palmito imaginava um time forte para lutar por uma segunda conquista. Contudo, sua renovação de contrato foi uma das últimas a serem finalizadas. “Eu indiquei Nardela, Suca, o Cláudio, do Blumenau. Iríamos fazer um time melhor do que o de 92, tá? O Nardela estava certo, tanto que veio depois, em 95.”

Contudo, já estavam acertadas cerca de 10 contratações, e o time não encaixou a reformulação para 1993. Para piorar, jogadores como Washington, Palmito e Solis conviveram com lesões naquele ano. O volante, inclusive, chegou a jogar no sacrifício no começo do ano, a pedido de Joubert Pereira. O time já vivia uma fase ruim, e a lesão no tornozelo se agravou. “Quando a gente voltou, já era tarde.”

No fim de dezembro, nota na edição de O Município, questiona continuidade do time campeão; 1993 terminaria com rebaixamento | Foto: Arquivo O Município


Palmito

Volante/meia
102 jogos (1990, 1992-94)

28 gols
Em 1992: 47 jogos, 15 gols