Pandemia impacta no processo de alfabetização de crianças em Brusque
Secretaria de Educação cria projeto Aprende + Brusque para atender estudantes identificados com atrasos
Secretaria de Educação cria projeto Aprende + Brusque para atender estudantes identificados com atrasos
Alunos da rede municipal de 6 e 7 anos, que estão no período de alfabetização, tiveram o ensino afetado pela pandemia da Covid-19. De acordo com a secretária de Educação de Brusque, Eliani Busnardo Buemo, apesar da reinvenção e do uso da tecnologia, ao avaliar os estudantes foi verificado que as aprendizagens foram prejudicadas.
Como exemplo, Eliani destaca que os atuais estudantes do 3º ano do Ensino Fundamental vivenciaram os processos de alfabetização durante a pandemia. Portanto, tiveram aulas com professores que usavam máscaras, passaram pelo isolamento e sofreram a interrupção das atividades presenciais, que prejudicaram o fluxo contínuo das atividades.
“Hoje, ainda temos estudantes nessa faixa etária em processo de alfabetização, que de modo geral deve se efetivar no 1º e 2º ano”, aponta. “Os prejuízos existem e entendemos que são temporários, amenizados com o trabalho colaborativo entre secretaria, escola, professores e famílias”, conta.
Para lidar com essa questão, a pasta criou o projeto Aprende + Brusque. A ação prevê atividades pedagógicas no contraturno escolar aos estudantes identificados com atrasos, com uso das ferramentas tecnológicas para mediação das aprendizagens.
Eliani explica que, antes da aplicação do projeto, a secretaria precisou avaliar a situação educacional nas escolas. Ela conta que a pasta tem duas frentes de trabalho para identificar o nível de aprendizagem e planejar as ações de reforço.
No 1º e 2º ano a professora regente realiza mensalmente o preenchimento no sistema de gestão escolar (SGE) do acompanhamento dos níveis de alfabetização dos estudantes.
“O documento intitulado Diagnóstico para além dos Dados é utilizado na aplicação de formações permanentes com os professores alfabetizadores, alinhando os trabalhos realizados, a análise dos dados e planejamentos de novas ações”, explica.
Confira abaixo o diagnóstico da alfabetização do Sistema de Gestão Escolar:
Os dados são referentes ao final de 2021 e demonstram como os alunos iniciaram 2022. No 1º ano, foram feitos diagnósticos de 836, ou seja, 91,67% dos alunos. Do 2º ano, foram feitos de 701, portanto, de 74,02% do total de alunos.
Sobre os alunos que não fizeram a avalição, a secretaria aponta que foi por vários motivos, como afastamento ou mudança de escola.
Eliani aponta que outra frente de trabalho é a Avaliação Diagnóstica realizada trimestralmente, desde de 2020, com todos os estudantes da rede em todas as áreas do conhecimento. A ação, criada junto com os professores da rede, tem o nome de Sondagem Pedagógica.
Ela explica que essas provas são elaboradas pelos professores assessores e seus pares e organizadas pela secretaria. Conforme a secretária, as sondagens são instrumentos de avaliação das aprendizagens essenciais e têm o objetivo de fornecer subsídios para professores, coordenadores, diretores e equipe da Secretaria de Educação.
“Elas oferecem dados para que os profissionais tenham subsídios para o planejamento e replanejamento das ações pedagógicas futuras, visando a qualidade do ensino e recuperação das aprendizagens”, explica.
Para as turmas do 1º e 2º ano a sondagem pedagógica também avalia as áreas de português e matemática, já nos anos finais são todas as áreas.
A Sondagem Pedagógica vem sendo realizada no final de cada trimestre desde 2020. Segundo a secretária, no primeiro trimestre de 2021 foram elencadas habilidades do ano anterior e trabalhadas as habilidades que ficaram defasadas ou não foram trabalhadas em 2020. No último ano, foram aplicadas três avaliações.
Em 2022, os Planejamentos continuam sendo realizados trimestralmente, baseados nos dados da desta sondagem.
A base de dados contribuiu para a idealização e criação do projeto Aprende + Brusque pela Secretaria de Educação municipal. No projeto, são priorizadas as habilidades curriculares nas áreas de matemática e português e está sendo executado com os estudantes da rede municipal que apresentaram atrasos identificados na avaliação.
Segundo dados da secretaria, hoje são atendidos 1754 estudantes da rede no programa. São alunos em processo de alfabetização e também os que estão com atrasos em outras áreas. O objetivo é recuperar as aprendizagens que ficaram defasadas.
Eliani ressalta que o olhar pela equidade motivou a criação do projeto pela secretaria. “Precisamos nos atentar às desigualdades de aprendizagem que aparecem durante toda a vida escolar mas, principalmente no pós-pandemia. Os estudantes em defasagem de aprendizagem precisam estar no centro de um projeto que atenda às suas necessidades”, comenta..
O projeto foca no letramento em Leitura e Escrita e Raciocínio Lógico Matemático e possui três frentes de trabalho:
Sondagem Pedagógica: Avaliações Diagnósticas trimestrais;
Formação: formação continuada e grupos de estudo com Professores/ Coordenadores para trocas de experiências;
Estrutura: Implementação e acompanhamento das turmas do projeto e alinhamento dos trabalhos no contraturno escolar.
Os critérios para adesão ao projeto são definidos pelos professores regentes das turmas. Para isso, usa-se como base os diagnósticos de acompanhamento da alfabetização e o acompanhamento dos resultados das Sondagens Pedagógicas.
“Para o próximo semestre teremos dados concretos dos avanços dos alunos no sistema acadêmico. Por enquanto, já contamos com os relatos dos professores sobre o sucesso do projeto”, ressalta.
Conforme a secretaria, as contratações dos profissionais e a disponibilização dos materiais, ferramentas e formações são de responsabilidade da pasta. Já a escola tem a responsabilidade de organizar os espaços, horários e acompanhar o desenvolvimento das atividades.
Os professores planejam e aplicam as propostas pedagógicas. Já famílias contribuem com a organização e o comprometimento para que o estudante possa estar na escola no contraturno. “Com o empenho de todos é possível elevar as aprendizagens e a qualidade educacional dos estudantes da rede municipal de Brusque”, finaliza Eliani.
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