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Pão nosso de cada dia

Pois é, hoje é o Dia Universal do Pão. Embora médicos e nutricionistas não gostem que a gente coma pão, acho que é uma merecida homenagem. Em muitos momentos de sua história, a humanidade sobreviveu graças a este alimento sagrado, não apenas para nós ocidentais legatários da cultura judaico-cristã. Particularmente, gosto muito desse alimento marcado […]

Pois é, hoje é o Dia Universal do Pão. Embora médicos e nutricionistas não gostem que a gente coma pão, acho que é uma merecida homenagem. Em muitos momentos de sua história, a humanidade sobreviveu graças a este alimento sagrado, não apenas para nós ocidentais legatários da cultura judaico-cristã.

Particularmente, gosto muito desse alimento marcado pela simplicidade dos seus ingredientes e modo de elaboração. Principalmente, o pão francês que apenas requer farinha de trigo, fermento, água e um pouco de sal. Muitos outros tipos de pão existem e mais sofisticados nos ingredientes e no fazer. Mas, no dia a dia da alimentação, nada se compara a um bom e crocante pão francês. Claro que, com um pouco de manteiga, queijo ou geleia de qualquer tipo.

O pão é um alimento milenar. Arqueólogos teriam encontrado, na Jordânia, provas de vestígios de pão feito pelo homem há mais de 14 mil anos. A partir daí, na sua extraordinária caminhada sobre este planeta de tantas conquistas e fracassos, riquezas e misérias, alegrias e tristezas, o ser humano tem produzido e consumido o pão nosso de cada dia, seja com trigo, milho, centeio ou qualquer outro cereal. A verdade é que todos os povos comem pão.

É um alimento tão importante na vida das pessoas e na economia das nações, que na Roma antiga já havia uma escola para padeiros, criada antes de Cristo. Para garantir o pão no cesto dos seus cidadãos, o Império saqueava impiedosamente as suas colônias, por meio da implacável e invencível máquina de guerra romana. Por alguns séculos, pão e circo para o povo foram os ingredientes da receita pela qual os governantes romanos se mantiveram no poder, mesmo os mais cruéis e sanguinários.

Se em Roma, o pão foi utilizado como moeda de troca alimentar por tiranos perversos para se manter no poder, esse fato foi um ponto fora da curva, que não faz jus à história desse santo alimento. Na verdade, a história nos mostra o contrário. Durante os mais terríveis e devastadores períodos de tragédia enfrentados pelo ser humano, o pão foi o alimento que mais contribuiu para superar o mal e garantir a sobrevivência da humanidade.

Filmes emblemáticos sobre a Segunda Guerra Mundial exibem cenas chocantes da população civil em busca de um pão ou de uma batata para matar a fome ou de pessoas famintas partilhando solidariamente um pedaço de pão para que a vida, mesmo em meio à guerra, à destruição e à fome, triunfe sobre a morte e a humanidade continue a sua caminhada. Atualmente, a TV leva aos nossos lares as imagens chocantes e comoventes dos milhões de vítimas, sem água e sem um pão sequer para saciar a fome, castigadas pelas tragédias climáticas e pelos conflitos armados.

Nem todos se dão conta da importância do pão para a nossa alimentação diária. Mas, uma mensagem afixada na parede de uma padaria diz tudo numa só frase: “Sem pão fresquinho no café da manhã, não tem Bom Dia”.