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Para fazer um ano melhor

O ano de 2013 foi atípico em alguns itens e,
infelizmente, nos mostrou que certas coisas continuam as mesmas. Uma surpresa
positiva foram as manifestações de junho, que acenderam a indignação calada do brasileiro
comum. Mas a parte boa fica por aí. Os próprios manifestantes se viram, em
certo momento, como rebeldes sem causa e os episódios de violência se espalharam
com os “black blocs”, gente contratada para bagunçar e tirar a credibilidade
das manifestações, afastando o cidadão comum das ruas. Alguns meses depois, não
me parece que nada de significativo tenha ocorrido em resposta a esse
movimento, a não ser maquiagens e propagandas. O brasileiro comum parece
continuar exatamente o mesmo: desinformado e desorientado politicamente, embora
mais propenso a eventuais acessos de cólera. Talvez essa movimentação retorne
em 2014, mas certamente não terá o mesmo espírito. O fenômeno já foi apropriado
por “profissionais” e na minha concepção se tornou apenas baderna, da qual
muitos podem participar inocentemente, servindo a interesses escusos.

A outra surpresa positiva foi a prisão dos mensaleiros,
apesar das manobras perpetradas para que o julgamento acabasse em pizza. O
ministro Joaquim Barbosa faz jus, a meu ver, ao título de brasileiro do ano. Ainda
acompanhamos os desdobramentos das recentes prisões, mas o fato de que tenham
finalmente acontecido é digno de nota.

No mais, 2013 parece terminar dissipando as ilusões de
que o Brasil seria o gigante econômico que a propaganda oficial dizia que era.
A inflação, a crise da Petrobrás, o inamovível atraso educacional do país, os
impostos escorchantes que sustentam políticas sociais duvidosas e a corrupção
crônica parecem nos trazer um triste choque de realidade. É possível ser um
pouco otimista sim, mas deixando os pés muito bem fincados no chão.

Se quisermos um 2014 melhor, o mais importante é
produzir essa melhora dentro de nós mesmos. Para tanto, ressalto o que para mim
foi o acontecimento do ano: A Jornada Mundial da Juventude. O evento mostrou
que há jovens realmente preocupados em saírem da armadilha que o mundo
contemporâneo e essa cultura apodrecida nos propõe. Que cada um de nós seja
semente de um mundo melhor em 2014, melhorando os próprios hábitos, refinando o
gosto, aprendendo um pouco mais, tornando-se um pouco melhor. Não convém
esperar muito dos políticos, da sorte ou das superstições de ano novo. Construamos
um Feliz Ano Novo!