Paredes do casarão que desabou, construído há 101 anos, foram assentadas em argamassas de barro
Forte chuva no dia anterior ao acidente pode ter contribuído para a queda, avalia engenheiro
O desabamento de parte do antigo Casarão Schaefer, na rua Conselheiro Rui Barbosa, no Centro de Brusque, que resultou na morte do operário Augusto José Nichelatti, 57 anos, trouxe à tona a discussão sobre as dificuldades em reformas imóveis antigos.
O proprietário da empresa que executava a obra, Gilmar Appel, que é engenheiro civil, explica que o projeto previa a restauração do telhado, com a intenção de preservar a fachada, que é histórica. Nesta etapa da obra, os funcionários faziam a troca das telhas e estrutura do telhado, devido às péssimas condições em que se encontravam. A obra iniciou há cerca de 15 dias e levaria seis meses para ser concluída.
As causas do acidente ainda não foram confirmadas, pois dependem dos laudos técnicos. Porém, Appel lembra que as paredes antigas eram assentadas sobre argamassas de barro.
Com isso, a chuva que caiu durante a noite anterior pode ter gerado um saturamento da parede, que não aguentou o próprio peso. “É um fato atípico que está sendo apurado e, infelizmente, tivemos a morte de um funcionário muito querido e antigo. Estava conosco há 25 anos”, lamenta.
Ainda não há uma previsão do que acontecerá com o restante da estrutura. Por enquanto, será demolido o necessário para garantir a segurança. Depois disso, o caso será levado novamente ao Conselho de Patrimônio Histórico, que então decidirá se será reconstruído ou autorizado o desmanche total da obra.
101 anos de história
O casarão da rua Conselheiro Rui Barbosa, no Centro, conhecido como Casarão Schaefer, foi construído por volta de 1915, ou seja, tem cerca de 101 anos. Ele foi construído pelo casal de comerciantes Otto e Alice Schaefer, que viveram no local por muitos anos com os filhos.
No lado externo da construção não houve nenhuma transformação significativa durante os anos. Em 2003, após uma restauração, o prédio abrigou uma pizzaria. Em uma visita do Conselho do Patrimônio Histórico, no mesmo ano, o sótão do imóvel foi inspecionado, e foram encontrados diversos móveis e outros objetos que pertenceram aos primeiros proprietários.
Atualmente, o imóvel pertence ao empresário Edson Tiemann, que não foi localizado pelo Município Dia a Dia.
Nos últimos anos, como a estética do prédio foi se deteriorando, recebeu permissão para modificação parcial da fachada.
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