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Parque das Grutas de Botuverá receberá recurso de ONG nacional

Espaço foi selecionado entre 24 unidades de conservação do país em edital da SOS Mata Atlântica

O Parque Municipal das Grutas de Botuverá foi uma das 24 Unidades de Conversação (UC) Municipais do país aprovadas no edital da Fundação SOS Mata Atlântica – Organização Não Governamental (ONG) que defende a conservação ambiental. Com isso, o parque será contemplado com recurso de R$ 30 mil.

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Das 24 unidades aprovadas, apenas duas são de Santa Catarina. Além de Botuverá, a capital do estado também foi contemplada. Os recursos da SOS Mata Atlântica em Florianópolis serão destinados ao Instituto Çarakura.

“A ideia desse edital foi valorizar essas unidades de conservação porque eram um tanto quanto invisíveis. Se tinha muito desconhecimento sobre quais eram as unidades. E até um pouco de desconfiança quanto à capacidade dos municípios em relação a elas”, afirma o analista de projetos do Programa Costa Atlântica da fundação, Diego Igawa.

Ao todo, 98 projetos de Unidades de Conservação foram inscritos no edital da SOS. Para selecionar os 24, ocorreram dois processos.

Primeiramente, afirma Igawa, a fundação analisou apenas o resumo do projeto. A partir dessa análise, 75 propostas foram aprovadas para a segunda etapa da seleção.

Na segunda etapa, um comitê avaliador composto por profissionais e acadêmicos da área ambiental se aprofundou na análise das partes técnicas do projeto, em consenso com os itens solicitados no edital.

“Nosso esforço foi fazer essa seleção dentro das propostas mais interessantes. Recebemos muitos projetos bons, por isso é sempre muito difícil fazer a seleção e deixar alguns de fora do edital”, afirma o analista.

Caverna

Considerada a maior e mais ornamentada do Sul do Brasil, a caverna do Parque Municipal das Grutas de Botuverá recebe visitantes de todo o país diariamente. O espaço, segundo o secretário de Turismo, Cultura, Esportes e Juventude, Jeferson André Mariani, o Finha, é o foco principal do recurso destinado pela SOS Mata Atlântica. O secretário afirma que, com os valores, o parque investirá sobretudo na requalificação dos guias que atuam na caverna.

“É muito importante ser contemplado com esse recurso, já que foram apenas dois locais do estado selecionados. Sabemos que a caverna é muito rica para estudos e precisa ser preservada”, afirma Finha.

Responsável pela criação do plano de manejo do parque, o Grupo de Estudos Espeleológicos do Paraná (Geep) Açungui também foi o responsável por inscrever o local no edital da SOS. De acordo com a bióloga e presidente do grupo, Gisele Sessegolo, além dos R$ 30 mil da fundação, o Açungui terá de dar R$ 23 mil em contrapartida para a viabilização do projeto.

“Considerando-se as limitações orçamentárias, nesse momento, o projeto visa resolver as prioridades visando ampliar a segurança dos visitantes, abrangendo uma nova capacitação dos condutores incluindo técnicas de primeiros socorros e resgate, entre outros”, afirma Gisele.
Das propostas recebidas pela SOS, dez foram aprovações para unidades de conservações no ambiente costeiro-marinho e 14 para florestas em ambientes “interiores”. A iniciativa integra as comemorações dos 30 anos da ONG.


O que será realizado com o recurso

  • Avaliação das condições de segurança do visitante e integridade da caverna.
  • Avaliação do estado atual da iluminação e infraestrutura implantada.
  • Capacitação de funcionários e condutores de visitantes para atendimento a visitação.
  • Capacitação dos funcionários e condutores de visitantes para resgate em caso de acidentes dentro da caverna.

A caverna de Botuverá

O espaço é composto por nove salões, alguns com até 20 metros de altura. Cada salão abriga espeleotemas – estruturas pendentes do teto (as estalactites) e fixadas ao chão (as estalagmites) que se formam lentamente a partir do gotejamento constante de água
rica em calcário (bicarbonato de cálcio).

Dos nove salões, apenas três são abertos aos visitantes para preservar a fauna e os espeleotemas. A visitação aos três salões dura aproximadamente 45 minutos e cada passeio pode ter até 15 pessoas. De janeiro a outubro do ano passado, cerca de 15 mil turistas visitaram a caverna.