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Passagens interestaduais de ônibus estão 7,7% mais caras

Reajuste autorizado pela ANTT encareceu bilhetes para destinos como São Paulo (SP) em R$ 10

Desde o dia 1º as passagens de ônibus para outros estados ficaram 7,7% mais. O percentual é 63% maior do que o acréscimo autorizado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) em julho do ano passado – que foi de 4,7%. Segundo representantes de empresas na rodoviária de Brusque, os clientes já reclamam do aumento.

De acordo com a resolução publicada no Diário Oficial da União do dia 25 de junho, a ANTT concedeu a autorização para reajuste para “preservar o equilíbrio econômico-financeiro das permissionárias e autorizatárias”. O documento também lista os coeficientes tarifários para cada tipo de serviço: convencional com sanitário, convencional sem sanitário, executivo, semileito e leito. Os valores variam de R$ 0,15 a R$ 0,52. Este preço é multiplicado pelos quilômetros da viagem para se chegar ao custo final.

O valor dos coeficientes é feito com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e também em insumos como óleo diesel e o valor gasto, por exemplo, em pedágios.

Em 2014, a ANTT autorizou um aumento de 4,7% nas tarifas dos ônibus interestaduais e internacionais. Em comparação com o reajuste deste ano são três pontos percentuais a mais, no entanto, isto começa a pesar no bolso do consumidor, que já amarga reajustes sucessivos na energia elétrica, gasolina e, além disso, uma inflação que está acima do teto da meta governamental, que é de 6,5%.

A administradora do guichê da Catarinense na rodoviária, Nazaré Pontes, afirma que os clientes já sentiram a diferença nos preços. “Desde quarta (dia 1º), eles comentam que ficou muito caro”, diz. Segundo Nazaré, os destinos interestaduais mais procurados são Foz do Iguaçu e Cascavel, no Paraná, além de São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Porto Alegre (RS). Ela conta que no caso do bilhete para São Paulo o valor pulou de R$ 134 para R$ 144 e para Curitiba (PR), outro destino bastante procurado, o tíquete que custava R$ 42,90 para R$ 46,09, R$ 3,10 de diferença.

A Reunidas, uma das empresas com maior número de linhas na rodoviária, também já repassou o reajuste de 7,7%. A agente de vendas Aline Rosa diz que desde o momento do acréscimo nas passagens muitos clientes comentam que está ficando muito caro viajar. Os principais destinos – todos com conexão – são Santa Rosa e Caxias, no Rio Grande do Sul; Francisco Beltrão e Pato Branco, no Paraná; e também São Paulo capital.

A terceira empresa que opera com linhas interestaduais em Brusque é a Gadotti. O gerente Joel Konink afirma que até o momento não ouviu reclamações das pessoas com o reajuste, contudo, na visão dele, isso se deve ao período fraco de viagens. Com o início das férias escolares, ainda este mês, o movimento deve crescer e com isso os consumidores sentirão no bolso o peso do reajuste. “Com a crise que está, todo aumento pesa no bolso”, diz Konink.

Os aumentos nas passagens normalmente giram em torno de R$ 10, pois de modo geral os bilhetes para outros estados custam acima de R$ 100. Um exemplo disto é a passagem de Brusque para Londrina na Gadotti, que tinha o preço de R$ 113 e passou para R$ 122, diferença de R$ 9.